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Grigori Zinoviev Revolucionário bolchevique

23 de setembro de 1883, Yelizavetgrad

atualmente Kírovohrad (Império Russo - atualmente Ucrânia)

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

22/01/2009 20h07

Grigori Yevséyevich Zinoviev, cujo verdadeiro nome era Ovsei-Gershen Aarónovich Apfelbaum, nasceu em uma família judia de pecuaristas produtores de leite e fez seus primeiros estudos em casa.

Zinoviev filiou-se ao Partido Social-Democrata Russo em 1901 e foi membro da facção bolchevique desde sua criação, em 1903. Dessa época até a caída do Império Russo, em 1917, atuou como um destacado militante e foi um dos colaboradores mais próximos de Lênin.
 

Oposição a Lênin

Zinoviev fez parte da direção bolchevique nos primeiros meses da Revolução de 1917. Em 10 de outubro de 1917, ele e Liev Kamenev foram os únicos membros do Comitê Central que votaram contra a proposta de Lênin de iniciar a luta armada.

Em 29 de outubro do mesmo ano, imediatamente após a tomada de poder pelos bolcheviques, a direção do sindicato nacional dos ferroviários exigiu que o novo governo compartilhasse o poder com outros partidos de influência socialista, ameaçando realizar uma greve nacional. Durante a crise que se seguiu, Zinoviev e Lênin ficaram, mais uma vez, em lados opostos. Depois que a questão se resolveu, Zinoviev e outros militantes se demitiram do Comitê Central, e Lênin passou a chamá-los de "desertores".

Com o desprestígio de Zinoviev, Trotsky passou a ser o número dois na hierarquia do Partido Bolchevique. Mas Zinovev voltaria ao Comitê Central no 7º Congresso do Partido, em 1918, tornando-se responsável pela defesa de São Petersburgo durante os ataques mais intensos dos russos brancos (na Guerra Civil). Converteu-se em membro do Politburo e presidente do Comintern em 1919.
 

Sob Stálin

Após a morte de Lênin, Zinoviev uniu-se a Stálin e Kamenev contra Trotsky. Esse triunvirato manipulou os debates internos do partido, assegurando a seus seguidores um número maior de postos durante a 13ª Conferência.

Depois que Trotsky foi isolado, começaram as desavenças entre os membros do triunvirato. Em dezembro de 1925, durante o 14º Congresso, Stálin arrebatou o controle e conseguiu que os dois Zinoviev e Kamenev fossem nomeados para cargos menores.

Opondo-se a Stálin, Zinoviev teve seu poder cada vez mais reduzido e acabou sendo expulso do Comitê Central, em 1927, e do próprio partido, em 1928. Mas enquanto Trotsky permaneceu firme na oposição, Zinoviev e Kamenev capitularam e escreveram cartas abertas reconhecendo seus erros. Foram aceitos de volta depois de condenados a um período de reflexão de seis meses.
Zinoviev e Kamenev permaneceram inativos até 1932, expulsos novamente no mesmo ano e readmitidos em 1933, sendo obrigados a realizar discursos humilhantes durante o 17º Congresso.
 

O Grande Expurgo

Depois do assassinato do bolchevique Sergei Mirónovich Kírov, em 1934, Stálin aproveitou a grande popularidade da vítima e desencadeou o chamado Grande Expurgo, quando prendeu e matou vários de seus opositores: entre eles, Zinoviev e Kamenev. Depois de ser forçado a admitir sua "cumplicidade moral" com o assassinato de Kírov, Zinoviev recebeu uma pena de dez anos de prisão.

Em 1936, contudo, Zinoviev foi novamente julgado, desta vez em um dos julgamentos públicos que, durante o stalinismo, foram usados como farsas espetaculares: os opositores de Stálin eram obrigados a confessar os crimes mais monstruosos (envenenamento, terrorismo, sabotagem etc.) e depois julgados e executados. Zinoviev foi executado em 25 de agosto de 1936. Esses julgamentos-espetáculos foram apenas a preparação para as grandes execuções em massa que ocorreram a seguir.
 

Enciclopédia Mirador Internacional; Folha de S. Paulo; El País; New York Times