Heinrich Heine Poeta e jornalista alemão
13 de dezembro de 1797, Düsseldorf (Alemanha)
17 de fevereiro de 1856, Paris (França)
De família judaica, destinado ao comércio, Heinrich Heine foi encaminhado a um tio banqueiro em Hamburgo. Revelando-se inepto, foi enviado pelo tio a Bonn, para estudar direito, mas preferiu interessar-se pelos assuntos literários. Seguiu, então, cursos de literatura do romântico August Wilhelm Schlegel.
Após uma passagem por Göttingen, encontrou em Berlim um ambiente propício, freqüentando os salões literários e seguindo os cursos de filosofia política de Hegel.
Já famoso pelos poemas e livros de viagens, Heine tentou firmar sua situação material em várias cidades alemãs, mas, desgostoso com o quadro provinciano e anti-semita do país, emigrou para Paris em 1831.
Em Paris encontrou a acolhida dos meios literários e passou a viver confortavelmente, como correspondente de grandes jornais alemães. Freqüentou também os meios revolucionários, onde encontrou, em 1844, Karl Marx, que instigou a sua veia polêmica e satírica.
Apesar dos sucessos, sua vida parisiense foi aos poucos sendo obscurecida por conflitos políticos, dificuldades financeiras freqüentes, uma ligação desigual com uma mulher inculta e, finalmente, a doença, uma paralisia que o conduziu à morte.
Poesia
A produção poética de Heine se inicia em Berlim, em 1822, com o livro Poemas, depois unido ao volume Sofrimentos juvenis. São poemas sentimentais, cheios de infelicidade e lamentações amorosas.
Em 1823 aparece Tragédias com um 'intermezzo' lírico, contendo poemas de amor que conquistaram fama universal e foram musicados por Schubert, Schumann e muitos outros compositores.
Artista do verso, Heine foi evoluindo aos poucos do lirismo melancólico de seus primeiros poemas para um tom irônico em relação a si mesmo e às infelicidades demasiado poéticas do início de sua carreira.
Ao lado da busca de uma poesia que apresentasse traços irônicos em seu final, Heine alimentou projetos mais ambiciosos, como o ciclo O Mar do Norte, composto de poemas dedicados ao mar, em versos livres, que tangenciam a prosa.
A súmula poética de Heine é o Livro das canções, contendo suas baladas, canções amorosas, quadros satíricos e as grandiosas evocações marítimas. A obra conheceu um sucesso sem igual, atingindo 13 edições durante a vida do autor, tornando o nome de Heine popularíssimo não só em seu país, mas em todo o mundo.
Produção jornalística
A prosa mais brilhante de Heine se encontra em sua produção jornalística. Ele foi um dos mais inquietos e polêmicos jornalistas de seu tempo.
Entre 1831 e 1848, Heine colaborou ininterruptamente, como correspondente em Paris, no Jornal Geral de Augsburgo, descrevendo quadros da vida francesa. O parlamento, a imprensa, o mundo artístico, o teatro e a música foram os seus temas constantes.
Grande parte dessa produção foi reunida em diversos volumes, entre os quais Lutécia, que reúne as suas reportagens parisienses, que ainda hoje parecem vivas, embora tenham perdido a atualidade. Vivem como testemunho da ação política de Heine, que, como liberal de tendências socialistas, detestava igualmente o absolutismo alemão e o liberalismo burguês francês.