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Hieronymus Bosch Pintor e gravador holandês

1450 ou 1460, Hertogenbosch (Holanda)

1516, Hertogenbosch (Holanda)

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

15/06/2009 22h46

Hieronymus Bosch é o pseudônimo de Jeroen van Aeken. Nasceu e morreu em Hertogenbosch, de onde deriva a escolha de seu nome artístico. Era neto de um artista local, Jan van Aeken, e filho de Laurens van Aeken. Pouco se sabe sobre sua vida, mas acredita-se que jamais tenha deixado sua cidade natal.

A primeira referência ao nome de Bosch ocorre entre 1480 e 1481, na Confraria de Nossa Senhora, para a qual executou trabalhos, intermitentemente, até 1516, ano em que os livros da instituição lhe registram o falecimento.

Muito apreciado por seus contemporâneos, Bosch foi esquecido no século 19, para voltar a ser descoberto pelos surrealistas. Nenhum de seus trabalhos é datado, mas acredita-se que os primeiros sejam do período 1475-1480.

Registros da época demonstram que Filipe o Belo e Filipe 2º eram grandes admiradores de sua arte, fazendo-lhe frequentes encomendas de quadros. A quantidade de trabalhos de Bosch existentes na Espanha levou alguns críticos a levantarem a hipótese de ter ele estado naquele país, entre 1495 e 1505, mas tal hipótese não é confirmada por qualquer registro autenticado.
 

Fé total e terror do inferno

Entre os primeiros trabalhos de Bosch estão "Os sete pecados capitais" e "Ecce hommo". Sua obra surge ao mesmo tempo como a última expressão de uma escola de pintura e a primeira de uma nova corrente.

Nessa nova corrente, inicialmente está refletida a tendência popular dos séculos 12 a 15, em que a fé total se mistura ao terror do inferno. O homem está em permanente luta contra seu inimigo eterno, que surge revestido das mais variadas formas: demônios, monstros, animais estranhos, fantásticos, metade gente, metade bicho.

Bosch, cujo desenho é sempre seguro, costuma cobrir as telas de verdadeira multidão dessas estranhas figuras - animalescas ou humanas -, o que, de certa forma, prejudica a composição. Seu traço é, porém, de tal modo firme e seu sendo de perspectiva tão apurado que a impressão geral é de movimento, de ação.

Seu colorido é vibrante e sua técnica baseada em vernizes translúcidos, cobrindo a paisagem com tal delicadeza que frequentemente deixa à mostra os traços mais distantes.

Nos poucos desenhos de sua autoria há uma liberdade até então inexistente na Holanda. Do mesmo modo, o volume de detalhes em seus trabalhos da última fase é caracterizado por uma agilidade do pincel, através da qual é fácil identificar suas obras entre as inúmeras cópias a ele atribuídas.

Somente se tem certeza de trinta a quarenta quadros autênticos de Bosch. Suas telas nunca eram datadas e raramente assinadas. Bosch foi um inovador que haveria de influenciar grandes pintores.

O gosto de Bosch pelo demoníaco, segundo alguns, procede do fato de haver ele pertencido a uma seita secreta antinomista. Outros, porém, preferem ver nisso apenas um reflexo de sua época, dominada pelo temor a Deus e o pavor ao diabo.
 

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