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Jean Auguste Dominique Ingres Pintor francês

29 de agosto de 1780, Montauban (França)

14 de janeiro de 1867, Paris (França)

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

01/12/2008 18h12

Após um período de aprendizagem em Toulouse, Jean Auguste Dominique Ingres foi para Paris, estudar com Jacques-Louis David, onde se tornou um artista isolado, que preferia os temas gregos aos romanos. Ali pintou, em 1801, "Os emissários de Agamenon", que lhe valeu o Prêmio Roma.

Retratista infatigável, inicialmente mais por necessidade do que por gosto, durante toda a sua vida dedicou-se a pintar principalmente a figura feminina.

Na Itália entre 1806 e 1834, continuou a pintar retratos: em 1807, "Madame Devaucay", além de numerosos esboços a lápis, notáveis pela habilidade e beleza. Faz, nesse período, sua primeira incursão na pintura mitológica: "Édipo e a Esfinge".

Em Florença, descobre Rafael e o Quattrocento italiano. Pinta, então, "Paolo e Francesca" e, atraído pelos temas gregos, "Júpiter e Thétis", além de numerosos retratos de Napoleão e alegorias napoleônicas.

Em 1824 retorna a Paris, onde pinta, por encomenda do Estado, "O voto de Luís 13", cujo sucesso o convence a ficar na França. É nomeado professor da Escola de Belas Artes e abre um ateliê, com numerosos alunos. Em 1827, pinta, para o Museu do Louvre, "A apoteose de Homero".

Em 1834, depois de receber ataques da crítica, parte para a Itália, aceitando o posto de diretor da Academia de França em Roma, onde, de 1835 a 1840, formou numerosos seguidores em sua doutrina: dar ênfase ao desenho; usar a cor como acessório da pintura, e não como elemento igual ao desenho; acrescentar a lição dos grandes mestres à inventiva de cada um; preservar a pureza da visão; acentuar linhas e contornos.

Enorme influência

Em 1841, de volta a Paris, executou o "Retrato do duque de Orleans" e, para o duque de Luvnes, o grande mural "A Idade de Ouro", no castelo de Dampierre.

Nas décadas de 1840 e 1850 produziu numerosos retratos, e nunca deixou de pintar os admiráveis nus femininos cujo sensualismo e lirismo o classificam como romântico. Entre eles, "A fonte", de 1856, um de seus quadros mais famosos. Pouco antes de sua morte, pinta "Banho turco", hoje no Louvre.

A fascinante galeria de retratos que deixou constitui um testemunho valioso da sociedade burguesa de seu tempo, do espírito e dos costumes dessa classe social a que ele pertencia.

Ingres também estudou música, disciplina na qual se destacou. Durante certo tempo, foi o segundo violinista da Orquestra do Capitólio, em Toulouse. Desse hobby é que se origina a expressão francesa violon d'Ingres, que significa praticar uma outra arte, além da sua própria, ou atividade artística exercida fora de uma profissão qualquer.

Ingres foi o maior desenhista de sua época. Em vida, foi combatido por Delacroix e pelos românticos. Depois, acabou praticamente desprezado pela crítica. Mas sua enorme influência estende-se a Degas e numerosos outros artistas, como Picasso, que usou, em muitos de seus quadros, referências ao estilo e aos temas de Ingres. Como retratista, sua genialidade é incontestável.

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