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Jean Bodin Filósofo e jurista francês

1530, Angers (França)

1596, Laon (França)

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

28/04/2009 18h29

Jean Bodin influenciou profundamente a Europa, numa época em que os sistemas medievais cediam lugar a Estados centralizados.

Aos 16 anos, Bodin entrou para a Ordem Carmelita, mas em 1551 foi dispensado dos votos e dedicou-se ao direito civil, primeiro como aluno, depois como professor, na Universidade de Toulouse, lá ficando até 1561, quando se estabeleceu em Paris, como advogado do rei.

Em 1571, entrou para o serviço do irmão do rei, François, duque de Alençon. Com a morte deste, em 1583, transferiu-se para Laon, como procurador presidial (do tribunal que havia antigamente em França e que julgava sem apelação).

Influência

Com a obra Les six livres de la republique (Os seis livros da república), de 1576, a fama de Bodin, como escritor político e jurista, espalhou-se pelo mundo. O livro teve dez edições em vida do autor e foi traduzido em várias línguas.

Essa obra exerceu influência marcante, no século 17, sobre Thomas Hobbes, entre outros. O livro foi publicado na ocasião em que Bodin, como deputado, se manifestou contra a continuação da guerra com os huguenotes.

O problema da guerra civil levou Bodin a examinar a questão da autoridade. Chegou à conclusão de que a anarquia é a pior catástrofe para a humanidade, e a ordem, a suprema necessidade humana. Segundo Bodin, somente o Estado soberano pode assegurar a ordem, mantendo-se independente de influências internas e externas.

Bodin definiu o Estado soberano e reconheceu três tipos de comunidade: monarquia, aristocracia e democracia, conforme o poder fosse atribuído a um indivíduo, a uma minoria, ou a uma maioria.

Em sua busca de ordem, Bodin preferia a monarquia, mas impulsionada por um mecanismo democrático. Dessa forma, acreditava que, à força da unidade, acrescentava-se a força emanada da popularidade.

Com análise tão lúcida e original para o século 16, Bodin conquistou fama imediata. Igual atenção não despertaram suas teorias, expostas na mesma obra, de que a lei e as instituições devem ser relativas, nunca absolutas, para adaptar-se ao temperamento do povo.

Economia e tolerância religiosa

Além da obra citada acima, Jean Bodin publicou, em 1566, Método para estudar com facilidade a história, livro destinado a determinar os princípios universais da lei, pelo exame crítico da história.

Nos últimos anos, abandonou a matéria política, para dedicar-se à economia, campo em que se antecipou às doutrinas do mercantilismo. Escreveu também um tratado de cosmologia, Panorama universal da natureza, publicado em 1596.

Com características tolerantes, inusitadas para a época, Bodin também produziu um colóquio, Das Heptaplomeres, no qual um católico, um calvinista, um luterano, um muçulmano, um judeu, um teísta e um epicurista dialogam, com o objetivo de descobrir uma religião universal. A obra teve de esperar até 1841 para ser publicada, embora circulasse na forma de manuscrito logo após a morte de Bodin.

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