Joan Miró Pintor espanhol
20-4-1893, Barcelona<br/>25-12-1983, Palma de Maiorca
Em seus primeiros anos como artista, Miró apresentou em seus trabalhos uma mistura de influências que vão do expressionismo ao fauvismo, passando pelo cubismo. Numa viagem a Paris, em 1919, conheceu Picasso, entrou em contato com o movimento dadaísta e depois com o surrealismo. Seu estilo evoluiu a partir de estudos realizados sobre o irracional e o fantástico, até recriar um mundo onírico pessoal no qual fluem imagens distorcidas da realidade, cheias de formas orgânicas e construções geométricas. As primeiras obras desse período apresentam um ambiente campestre, a que se seguem outras obras orientadas por uma abstração lírica, cuja composição se organiza com uma variação limitada de cores brilhantes (azul, vermelho, amarelo, verde, preto) sobre fundos planos, com diferentes signos gráficos e deformações fantásticas livres de qualquer compromisso figurativo. Este é o caso do Carnaval do Arlequim (1924-1925) ou de Interior Holandês (1928). A partir da década de 1930, passa a interessar-se pela colagem, enquanto os grafismos tendem a reduzir-se a pontos, linhas e manchas coloridas. Durante a guerra civil de 1936, concebeu algumas obras que refletem o conflito: O Ceifeiro, Cabeça de Mulher, enquanto continuava a série sobre as Constelações que concluiu nos primeiros anos da década de 1940. A partir de 1944, passou a interessar-se pela escultura: realizou diversos murais para o edifício da Unesco em Paris (1958) e para a Universidade de Harvard (1960), cultivando simultaneamente a escultura de pequenas dimensões.