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João Francisco Lisboa Escritor e jornalista brasileiro

<p>2 de março de 1812, Pirapemas, MA (Brasil)</p><p>26 de abril de 1863, Lisboa (Portugal)</p>

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

23/12/2009 19h28

Autodidata, João Francisco Lisboa tornou-se jornalista, mas atuou na política e se dedicou à pesquisa histórica. Segundo José Guilherme Merquior, em sua obra "De Anchieta a Euclides", quando se pensa na sua origem humilde, e no fato de que só maduro saiu do Maranhão, o amplo espectro das suas leituras, o universalismo dos seus conhecimentos e do seu raciocínio não podem deixar de causar espanto e admiração".

Em 1832, assumiu a direção do "Farol Maranhense", e publicou também outros dois jornais: "Eco do Norte e Crônica Maranhense". De 1842 a 1855 foi redator do "Publicador Maranhense", onde apareceram alguns de seus melhores textos.

Ao mesmo tempo, Lisboa exerceu atividade política. "Político honestíssimo, de vida pública exemplar", de acordo com José Guilherme Merquior, em 1835, além da eleição para deputado provincial, foi secretário do governo, cargo que exerceu até 1838, ano em que foi reeleito.

Decepcionado com a política, afastou-se da vida pública de 1840 a 1842, período em que se dedicou ao estudo do direito. Novamente eleito para a assembleia provincial em 1848, suas convicções liberais e humanistas levaram-no a pronunciar, a 12 de novembro de 1849, célebre discurso defendendo a anistia para os revoltosos da Revolução Praieira, e a publicar, em 1852, o "Jornal de Timon", fascículos mensais de crítica aos costumes políticos e sociais da época.

Para José Guilherme Merquior, "as narrativas e reflexões do Jornal de Timon [...], fruto do silêncio do publicista, trocando a ênfase pelo juízo irônico, buscando por trás dos costumes e das ideologias as molas ocultas do comportamento humano, [...] soam como palavra íntima, em que os recursos expressivos da língua são o instrumento de uma crítica da experiência".

João Francisco Lisboa mudou-se para o Rio de Janeiro em 1855, passando a colaborar no "Correio Mercantil". No ano seguinte foi encarregado de substituir Gonçalves Dias nas pesquisas junto aos arquivos portugueses, visando colher dados para uma história do Brasil. Antes de sua morte, ainda visitaria mais uma vez o Maranhão, em 1859.

Na opinião de José Guilherme Merquior, João Francisco Lisboa, "nosso último grande neoclássico, prefigura o humor corrosivo e penetrante de Machado de Assis".

Fonte: Enciclopédia Mirador Internacional; De Anchieta a Euclides