Joãosinho Trinta Carnavalesco brasileiro
23-11-1933, São Luís (MA)
Exercendo uma profissão que só existe no Brasil, João Jorge Trinta retrata as cores da maior manifestação popular do país: o carnaval do Rio de Janeiro. Aos 12 anos, sonhando ser bailarino profissional, deixou o Maranhão em direção ao Rio de Janeiro. Depois de fazer parte, por 25 anos, do Corpo de Baile do Teatro Municipal e encenar duas óperas (O Guarani, de Carlos Gomes, e Aída, de Giuseppe Verdi), tornou-se o mais genial carnavalesco do país, revolucionando a estética nos desfiles das escolas de samba. Introduziu materiais novos e mais baratos nas alegorias, como os recicláveis; simplificou e modernizou as fantasias, preocupando-se com a forma, não apenas com o requinte. Rompendo com a tradição, tem sido imaginativo ao extremo: em um dos carnavais, introduziu um bloco de mendigos e, em outro, um carro alegórico com a imagem do Cristo Redentor, proibido pela Igreja Católica. É notável por seus trabalhos sociais, nos quais prepara meninos de rua para os desfiles. Formou escolas que agregam dezenas de pessoas na elaboração manual de alegorias, que são apresentadas na avenida e em excursões pela Europa. Autor da célebre frase "O povo gosta de luxo; quem gosta de miséria é intelectual", foi sete vezes campeão. Conquistou o primeiro título na Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro e, depois de 17 anos na Beija-Flor, desde 1994 exerce seu lúdico ofício na Unidos do Viradouro.