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Joaquim Manuel de Macedo Escritor fluminense

24/6/1820, Itaboraí (RJ)

11/4/1882, Rio de Janeiro (RJ)

Da Página 3 Pedagogia e Comunicação

20/08/2005 08h56

Filho de Severino de Macedo Carvalho e Benigna Catarina da Conceição, há pouquíssimos registros acerca da infância e adolescência de Joaquim Manuel de Macedo, mas sabe-se que, ainda em sua cidade natal, colaborou em semanários como O Itaboraense e O Popular, dando início a uma atividade jornalística que jamais abandonaria.

Apesar de formar-se em medicina, parece que não tinha vocação para a ciência médica, e nem chegou a exercer a profissão. Mesmo por que, o ano de sua formatura, 1844, é o mesmo da publicação de "A Moreninha", escrito em um mês, durante suas férias acadêmicas, e cujo sucesso imediato abriu-lhe amplas perspectivas para a carreira de romancista.

Desse modo, no ano seguinte, o autor já lançava "O Moço Loiro", novamente com muito sucesso. Gozando de grande conceito junto aos intelectuais que lhe eram contemporâneos, fundou em 1849 a revista Guanabara, juntamente com Gonçalves Dias. Nela, Macedo publicou a maior parte de seu longo poema A Nebulosa, sua mais célebre incursão no domínio dos versos.

Diretor e redator da Guanabara, Macedo levou o primeiro número, saído a 2 de dezembro, a D. Pedro 2o, que fazia aniversário justamente nessa data. Simpático ao escritor, como costumava ser com os artistas em geral, o Imperador o nomeou professor de História e Geografia do Colégio Pedro 2o. Anos depois, também o chamaria para dar aulas aos filhos da Princesa Isabel.

Cargo que ocuparia até a morte, o magistério no Pedro 2o foi exercido sem muito empenho. Consta que, às vezes, enquanto fingia prestar atenção à lição que um aluno expunha, Macedo cuidava de escrever ou rever trechos de seus romances.

Entre o que se diz de Macedinho (como era conhecido pelos contemporâneos) consta também que teve de superar vários obstáculos familiares, para conquistar a mão de sua mulher, assim como costuma acontecer com as personagens de seus romances. Do mesmo modo, segundo a tradição, a personagem-título de "A Moreninha" seria uma transposição para o papel da namorada e futura esposa do autor, Maria Catarina de Abreu Sodré.

Empenhado no desenvolvimento das atividades culturais, Macedo foi membro do Conselho do Conservatório Dramático do Rio de Janeiro. Além disso, desenvolveu uma obra dramática também prestigiada em sua época. Foi também um membro de destaque do Instituto Histórico e Geográfico, ao qual esteve ligado a partir de 1845, exercendo os cargos de primeiro-secretário (1852-56), orador oficial (1857-1881) e presidente interino (1876).

Como jornalista, aproximou-se da vida política do país, escrevendo para o jornal A Nação, do Partido Liberal, pelo qual, em 1854, elegeu-se deputado, reelegendo-se em várias legislaturas até 1881. Não tinha, entretanto, grandes ambições no tocante à política, tendo chegado, em 1864, a recusar o cargo de Ministro dos Negócios Estrangeiros.