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Jöns Jakob Berzelius Químico sueco

20 de agosto de 1779, Väversunda Sörgard (Suécia)

7 de agosto de 1848, Estocolmo (Suécia)

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

08/05/2009 14h51

Jöns Jakob Berzelius exerceu incontestável influência no progresso da química na primeira metade do século 19. Órfão de pai aos quatro anos, enfrentou grandes dificuldades no início de sua carreira.

Em 1802, Berzelius obteve o título de doutor em medicina, tendo assumido, em 1807, o cargo de professor de medicina e farmácia na Universidade de Estocolmo. No ano seguinte foi eleito membro da Academia Real de Ciências de Estocolmo e, em 1810, seu presidente.

Toda a carreira científica de Berzelius se desenvolveu em Estocolmo. Ao seu laboratório acorreram quase todos os químicos germânicos, que com ele se ilustraram nos quatro primeiros decênios do século 19.

Pesquisador habilíssimo, considerado o pai da análise gravimétrica, Berzelius introduziu inúmeros aperfeiçoamentos no instrumental de laboratório, tais como o papel-filtro, o dissecador e os tubos de borracha para conexão de balões e retortas, entre muitos outros inventos úteis.

O valor dos trabalhos de Berzelius e de seus comentários objetivos e sagazes às pesquisas dos químicos seus contemporâneos, publicados nos Relatórios sobre o progresso da Física e da Química, revista que fundou em 1821 e dirigiu, até 1848, por solicitação da academia, transformaram-no num verdadeiro legislador da química.
 

Teoria dualística

A mais notável contribuição de Berzelius foi sua teoria dualística, a qual lhe permitiu criar uma nova simbologia, que se tornaria instrumento indispensável à linguagem dos químicos e à representação e discussão das reações.

Partindo da descoberta recente de Volta, sobre a ação química da corrente elétrica, Berzelius estabeleceu que a menor porção de um corpo simples é dotada de polaridade elétrica. Observou que a eletricidade positiva e a eletricidade negativa não são equivalentes em cada um dos pólos. Assim é que, enquanto uns elementos são preponderantemente eletropositivos, outros são eletronegativos. Distribuiu, então, os elementos químicos em dois grupos, em função de suas propriedades eletroquímicas.
 

Escrita simbólica

Berzelius também introduziu na química a escrita simbólica, adotando para a representação gráfica de cada elemento a primeira letra do seu nome em latim. Para distinguir os símbolos de elementos cujas iniciais de seus nomes em latim são iguais, Berzelius propôs, ainda, que se adotasse, além da inicial, uma outra letra identificadora. Assim, S é o símbolo do enxofre (em latim, sulphur), Si o do silício, Sn o do estanho, etc. O princípio básico dessa notação é adotado até hoje.
 

Descoberta de elementos

Berzelius dedicou-se, desde o início de sua carreira, ao estabelecimento da composição química dos corpos. De suas pesquisas resultou a descoberta de novos elementos: o cério, o selênio, o silício, o zircônio, o tântalo, o tório e o vanádio.

O cálcio, o bário e o estrôncio foram descobertos, ao mesmo tempo, por Berzelius e pelo químico inglês Davy.

Importantes também foram os estudos de Berzelius sobre a classificação dos minerais, para a qual se baseou na sua composição química.

Quase toda a produção científica de Berzelius foi publicada ainda em vida do autor, boa parte dela nas atas da Academia Real de Ciências de Estocolmo. Sua vasta correspondência com os químicos Berthollet, Davy, Dulong e Liebig, dentre outros, importante para o melhor conhecimento de sua personalidade científica, foi editada depois de sua morte.

A obra mais notável de Berzelius é o Tratado de química, em três volumes. Ainda em vida de Berzelius, o tratado teve cinco edições e foi traduzido em várias línguas.
 

Enciclopédia Mirador Internacional; Oxford Dictionary of Scientists