José Ortega e Gasset Filósofo e escritor espanhol

Doutor em Filosofia pela Universidade de Madri, foi nomeado, em 1910, catedrático de Metafísica desta universidade. Seus artigos e publicações sobre temas filosóficos e políticos tiveram um impacto fundamental nas elites intelectuais e políticas espanholas do primeiro terço do século XX. Sua preocupação com as questões políticas e sociais refletiu-se em sua atividade como articulista, primeiro em El Imparcial e depois em El Sol, diário que ele mesmo fundou. Também participou na criação de revistas de opinião como España (1915) e La Revista de Occidente (1923), a partir das quais divulgou as tendências filosóficas e de pensamento vigentes na época e as vanguardas artísticas e literárias. Durante a década de 1920, interessou-se vivamente pelos comportamentos sociais das massas (período perspectivista) em obras tão célebres como La España Invertebrada (1921) ou La Rebelión de las Masas (1930), nas quais insiste no papel dirigente das minorias intelectuais. Em contrapartida, outros trabalhos revelam sua interpretação dos fenômenos artísticos e literários, como Las Meditaciones del Quijote (1914) ou La Deshumanización del Arte (1925). Politicamente posicionado em oposição à ditadura de Primo de Rivera, criou, com outros intelectuais – como Pérez de Ayala e Gregorio Marañón –, a Agrupación al Servicio de la República. Eleito deputado em 1931, depressa afastou-se da política ativa e voltou a interessar-se pela especulação filosófica (En Torno a Galileo, 1933, Ideas y Creencias, 1940). De 1936 a 1945, exilado, residiu em diversos países da Europa e da América. Regressou à Espanha em 1946, onde iniciou a publicação de suas Obras Completas.