Josef Vissarionovich Stalin Secretário-geral do Partido Comunista <br />da União Soviética (PCUS) e líder da União <br />Soviética de 1922 a 1953
21-12-1879, Gorki
5-3-1953, Moscou
Seu verdadeiro nome era J. V. Dzhugachvili. Stalin personificou a história e o caráter da União Soviética. Com seu sistema de governo, o "stalinismo", que conduziu à prática generalizada do terror, não apenas assegurou seu domínio pessoal durante 30 anos na União Soviética e a conversão do país numa potência mundial como também estabeleceu as bases para a queda e a desintegração do comunismo. Filho de um sapateiro e de uma lavadeira, foi expulso do seminário ortodoxo em 1899, devido a suas atividades como membro do Partido Operário Social-Democrata Russo. Após a ruptura do partido em 1903, filiou-se à ala bolchevique liderada por Vladimir I. Lenin. Como revolucionário profissional, foi escalando posições até ingressar em 1912 no Comitê Central, quando adotou seu primeiro pseudônimo, "Koba", depois substituído por "Stalin". Foi um dos principais dirigentes responsáveis pela revolução de 1917 e, em 1922, alcançou o cargo de secretário-geral do PCUS. Quando da morte de Lenin, em 1924, impôs-se tanto a seus rivais de "esquerda", aglutinados em torno de Leon Trotski, Grigori Sinoviev e Lev Kamenev, como de "direita", agrupados em torno de Nicolai Bucharin e Alexei Rikov. Em 1929, havia conseguido alcançar o poder absoluto. Sob o lema "a construção do socialismo num só país", opôs-se em 1925 à idéia de revolução mundial proposta por Trotski. Através do 1º Plano Qüinqüenal, promulgado em 1929, tornou realidade um gigantesco processo de modernização e industrialização da nação. O programa foi acompanhado pela coletivização obrigatória do campo a partir de 1928, concretizada na "liquidação dos Gulags", na deportação de numerosos camponeses e nas terríveis fomes que provocaram milhares de vítimas. A resistência interna começou a surgir com o triunfo de um sistema totalitário, que alcançou o ponto culminante nas grandes "depurações" de 1934-1938, aliadas ao sistema de campos de trabalho (Gulags) que se estendeu a todo o país. Sob a ameaça da Alemanha nacional-socialista, Stalin assinou o pacto de não-agressão com Hitler, em 1939, assegurando um futuro de paz a curto prazo para a União Soviética. Com a definição das respectivas esferas de influência, estabeleciam-se as bases para a divisão do Leste europeu: após o início da Segunda Guerra Mundial, foi ocupada a Polônia Oriental, conquistado o estreito de Carélia à Finlândia durante a campanha de Inverno (1939-1940) e finalmente anexadas, em 1939-1940, as Repúblicas Bálticas e a Bessarábia. A invasão da União Soviética por tropas alemãs em 1941 obrigou Stalin a uma intervenção direta na Segunda Guerra Mundial. Ainda que a cúpula do Exército tivesse sido vítima em sua quase totalidade de suas "depurações", Stalin conseguiu apelar ao patriotismo russo para mobilizar o povo contra a invasão. A sangrenta vitória de Stalingrado (1942-1943) alterou o rumo da guerra. No entanto, o conflito custou à União Soviética 20 milhões de mortos. No auge de seu poder, participou nas conferências de Teerã (1943), Yalta (1945) e Potsdam (1945), exercendo uma grande influência na política européia do pós-guerra e ampliando a hegemonia soviética, mais tarde daria origem à Guerra Fria. Assegurou o predomínio da União Soviética nos países do leste e do sul da Europa e na Ásia mediante o estabelecimento de democracias populares comunistas nos Estados Satélite, ainda que não tenha podido impedir que Tito prosseguisse na Iugoslávia seu caminho para o socialismo. O Ocidente, sob a direção dos EUA, respondeu com a criação de seu sistema de defesa face à "cortina de aço soviética", por meio da OTAN (1949) e de diversas alianças. A Guerra da Coréia (1950-1953) foi o primeiro confronto direto entre os blocos. Seu poder absoluto sobre o partido e o Estado era complementado com o culto a sua pessoa, que começou a desmoronar-se três anos depois de sua morte, com a "desestalinização", finalizada por Nikita Kruchev. Georgi Malenkov foi o sucessor à frente do conselho de ministros e como secretário-geral do PCUS, sendo substituído posteriormente por Kruchev.