Lawrence da Arábia Militar, arqueólogo e escritor inglês
16 de agosto de 1888, Tremadoc, Caernarvonshire (Grã-Bretanha)
19 de maio de 1935, Clouds Hill (Grã-Bretanha)
Thomas Edward Lawrence, mais conhecido como Lawrence da Arábia, filho ilegítimo de Thomas Robert Tighe Chapman, estudou no Jesus College, da Universidade de Oxford, onde se graduou como historiador, em 1910, com a tese "A influência das Cruzadas na arquitetura militar européia".
Influenciado por David George Hogarth, um arqueólogo especialista em Oriente Médio, viajou para a Síria, a fim de trabalhar em sítios arqueológicos hititas. Ali, percorrendo quase 1.400 quilômetros a pé durante 4 anos, começou a conhecer e a estudar as línguas e os costumes da região.
Seus conhecimentos chamaram a atenção do serviço secreto inglês, que o contratou em janeiro de 1914. Em fevereiro desse ano, Lawrence se uniu à expedição arqueológica de Leonard Woolley. Oficialmente, a expedição pretendia estudar o êxodo dos judeus, a partir do Egito, mas o verdadeiro objetivo era prover de uma aparência respeitável as investigações de Lawrence, cuja missão era conseguir informações sobre o exército otomano.
Quando começa a Primeira Guerra Mundial, Lawrence ingressa na Seção de Geografia do alto escalão do exército inglês, primeiro como civil, depois como 2º tenente e intérprete. Em novembro é enviado ao Cairo (Egito), ao departamento de Inteligência. Seu trabalho era confeccionar mapas e entrevistar potenciais agentes.
Apesar de indisciplinado, seus oficiais superiores e companheiros eram sempre surpreendidos por sua mente ágil e seu entusiasmo pelo trabalho. Em 1916, recebeu a Legião de Honra por seu trabalho.
A revolta árabe
Em junho de 1916, Husayn ibn Ali, xerife de Meca, inicia a Revolta Árabe contra os turcos. Lawrence é enviado como oficial de ligação. Em outubro, reúne-se com os quatro filhos de Husayn: Ali, Faysal, Abd Allah e Zayd. Após as conversações, conclui que Faysal é o mais adequado para dirigir a revolta.
Acompanhado por Lawrence, Faysal dá início à ofensiva contra as tropas otomanas. Com a assessoria de Lawrence, desenvolveu uma estratégia que era adequada ao terreno, à capacidade e ao número de homens de que dispunha: a guerra de guerrilha. Com os primeiros sucessos, conseguiram a união de outras tribos árabes. Entre março e abril, o exército árabe realizou diversos ataques contra a ferrovia turca, comprometendo o abastecimento do inimigo.
Em janeiro de 1917, os árabes já haviam tomado o porto de Wejh, no mar Vermelho, e, em julho, a cidade de Ácaba. No final desse ano, durante um reconhecimento das linhas inimigas, quando, disfarçado de árabe, tenta inspecionar a cidade de Deraa, Lawrence é preso pelos turcos. Torturado de maneira selvagem, consegue escapar com a ajuda de alguns soldados.
De novo ao lado de Faysal, participa de vários ataques e batalhas. Em setembro, tomam Deraa e o exército otomano debanda. Marcham, então, para Damasco, quando Faysal se reúne com o general Allenby, comandante do exército britânico.
Desconhecendo a existência do tratado Sykes-Picot (segundo o qual a Grã-Bretanha e a França dividiriam entre si o império otomano, desconhecendo os direitos dos árabes), Lawrence volta à Inglaterra. Quando descobre o acerto entre os dois países, começa atuar na esfera diplomática, tentando assegurar a independência árabe. Sem conseguir qualquer vitória nesse campo, volta a Oxford e se dedica a escrever Os sete pilares da sabedoria, obra na qual descreve sua experiência junto aos árabes.
Mais tarde, ingressaria na Força Aérea, servindo como mecânico na Índia, além de continuar a escrever seus livros. Faleceu em um acidente de motocicleta.
Lawrence foi uma das figuras militares mais controvertidas, complexas e brilhantes da história inglesa.