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Leila Diniz Atriz brasileira

25/03/1945, Niterói (Rio de Janeiro)

14/07/1972, Nova Delhi (Índia)

Da <a href="http://www.pagina3ped.com" target="_blank">Página 3 Pedagogia & Comunicação</a>

30/07/2005 07h45

Leila Roque Diniz nasceu no dia 25 de março de 1945, em Niterói, Rio de Janeiro, onde passou a maior parte de sua vida. Faleceu em um desastre de avião, no dia 14 de julho de 1972, aos 27 anos, quando voltava de uma viagem a Austrália.

O imaginário brasileiro está repleto de figuras femininas marcantes, algumas delas quase míticas. Em uma lista na qual cabem as mais diversas personalidades - Carlota Joaquina, Chica da Silva, Anita Garibaldi, Chiquinha Gonzaga, marquesa de Santos, Dona Beja e Luz del Fuego, só para ficar entre algumas -, a figura de Leila Diniz surge envolta sempre por um halo de incrível jovialidade.

Formada professora, trabalhou em um jardim de infância e, aos 17 anos, conheceu o cineasta Domingos Oliveira, com quem se casou. Depois de terminar o relacionamento, que durou três anos, passou a trabalhar como atriz, primeiro no teatro e, a seguir, na televisão e no cinema. Casou-se também com o diretor de cinema Ruy Guerra, com quem teve uma filha.

Leila participou de 14 filmes, 12 telenovelas e várias peças teatrais. Na Austrália, ganhou o prêmio de melhor atriz com o filme Mãos vazias.
 

Alegria e irreverência

Contudo, se Leila tornou-se uma figura marcante, isso se deve, principalmente, à sua personalidade ousada, inimiga de todas as convenções. Em sua curta existência, ela conseguiu romper inúmeros tabus da sociedade brasileira, àquela época vivendo sob a ditadura militar.

Na histórica entrevista concedida ao semanário O Pasquim, em 1969, Leila Diniz, além de rechear suas falas com palavrões, afirmou: "Você pode amar muito uma pessoa e ir para a cama com outra. Já aconteceu comigo". Lida nos dias atuais, em pleno início do século 21, essa maneira de pensar talvez não escandalize a muitos, mas, naquela época, provocou reações extremadas. Ela também concedeu várias outras entrevistas, sempre corajosas - além do fato de ter escandalizado o Brasil ao exibir sua gravidez na praia, usando um biquíni.

Leila deu nova vida ao teatro de revista, atuando como corista no espetáculo Tem banana na banda, baseado em textos de Millôr Fernandes, Luiz Carlos Maciel, José Wilker e Oduvaldo Viana Filho. Em 1964, contracenou com Cacilda Becker em O preço de um homem. Baseado no romance de Antônio Callado, o filme Madona de cedro foi um de seus melhores momentos, sob a direção de Carlos Coimbra. Em 1968, esteve na Alemanha, no Festival de Berlim, para representar Fome de amor, de Nelson Pereira dos Santos. E sem jamais abdicar da alegria e da irreverência, foi eleita a Grávida do Ano no programa do Chacrinha.

No que se refere ao seu trabalho na tevê, Leila desempenhou papéis nas novelas Eu compro essa mulher e O Sheik de Agadir, escritas por Glória Magadan. No total, fez 12 novelas, além de atuar no ramo da propaganda, fazendo publicidade de diversos produtos.

Semeando oposição entre os conservadores e as feministas, preocupada apenas em ser fiel ao seu próprio sistema de valores, criticada pela sociedade patriarcal e machista, perseguida pela direita, difamada pela esquerda conservadora e considerada vulgar pelas mulheres de seu tempo, Leila Diniz tornou-se um ícone da liberdade, do hedonismo e da indignação que não abdica de sonhar e alegrar-se.