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Luis Buñuel Cineasta espanhol

22/2/1900, Calanda, Espanha

29/7/1983, Cidade do México, México

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

10/08/2005 12h56

Luis Buñuel era o primogênito de sete filhos. O pai, ferreiro bem-sucedido, casara aos 43 anos; a mãe, Maria Portolés, então tinha 18.

Quando a família se mudou para Saragoça, Buñuel iniciou os estudos com os jesuítas, recebendo a formação religiosa que se tornaria marcante em seus filmes.

Em 1917, foi para Madri, ingressando na faculdade de agronomia indo morar na residência estudantil, onde conheceu Federico García Lorca e Salvador Dalí. Deixou aquela faculdade para estudar filosofia e letras e graduou-se em 1924.

No ano seguinte Buñuel, casou-se com Jeanne Rucar. Trabalhou na França com o cineasta Jean Epstein, como assistente de direção e roteirista e estudou na Academie du Cinéma (Paris).

Em 1928, Buñuel apresentou seu primeiro filme, "Um Cão Andaluz" ("Un Chien Andalou"), que se tornaria um marco do cinema surrealista, rompendo com a narrativa cinematográfica tradicional e criando imagens de grande impacto e beleza. Em seguida, filmou "A Idade de Ouro" ("La Age d'Or"), que estreou com grande polêmica em 1930.

Em 1936, com o início da Guerra Civil Espanhola, Buñuel mudou-se para os EUA, trabalhando durante um período no Museum of Modern Art (Nova York) e em Hollywood, sendo então contratado pela Metro Goldwyn Meyer como "observador".

Após um longo período sem filmar, Buñuel estabeleceu-se no México. Ali, dirigiu "Gran Cassino" em 1947 e naturalizou-se em 1949.

Na década de 1950, Buñuel realizou diversos filmes de sucesso, como "Os Esquecidos" ("Los Olvidados"), "O Alucinado" ("El") e "A Ilusão Viaja de Bonde" ("La Ilusión Viaja em Tranvía").

Em 1961, a convite do governo espanhol, Buñuel filmou "Viridiana". O filme (uma sátira religiosa) virou escândalo e chegou a ser censurado na Espanha, mas acabou recebendo a Palma de Ouro no Festival de Cannes.

No ano seguinte, estreou "O Anjo Exterminador" ("El Ángel Exterminador") e, em 1966, "A Bela da Tarde" ("Belle de Jour"). Esse último, rodado na França e estrelado por Catherine Deneuve, obteve o Leão de Ouro no Festival de Veneza.

Em 1970, Buñuel voltou a filmar na Espanha, lançando "Tristana". Em 1972, com "O Discreto Charme da Burguesia" ("Le Charme Discret de la Bourgeoisie"), ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro. Cinco anos depois, realizou seu último filme, "Esse Obscuro Objeto do Desejo" ("Cet Obscur Objet du Désir").

Suas memórias, "Meu Último Suspiro" (1982), são um livro charmoso e elucidativo. Vítima do câncer, morreu aos 83 anos na Cidade do México.