Manoel de Oliveira Cineasta português
12-12-1908, Porto
Estreou no cinema como figurante no filme Fátima Milagrosa (1929) e como diretor no documentário Douro, Faina Fluvial (1931). Como ator, participou no filme A Canção de Lisboa (1934). Aniki-Bobó (1942), o seu primeiro longa-metragem, é uma das obras mais significativas do cinema português: história infantil, de um naturalismo poético extremamente bem desenvolvido, é precursora do neo-realismo italiano. Com O Pintor e a Cidade (1956), obteve a Harpa de Ouro do Festival de Cork (Irlanda). Em A Caça (1963), obra violenta e quase agressiva, consegue uma sutil interpretação entre o real e o simbólico. Em 1975, estreou Benilde ou a Virgem-Mãe, segundo a obra de José Régio, seqüência de O Passado e o Presente (1971). Os filmes Amor de Perdição (1978), Francisca (1981), Sob o Sol de Satã (1985, Prêmio da Crítica no Festival de Veneza, onde o diretor foi distinguido com o Leão de Ouro pelo conjunto de sua obra), O Meu Caso (1986) e Os Canibais (1987) vieram corroborar a opinião dos que o proclamam o maior cineasta português. Prosseguiu a sua obra com Non ou a Vã Glória de Mandar (1990), A Divina Comédia (1991), O Dia do Desespero (1992), Vale Abraão (1993), A Caixa (1994), O Convento (1995), Party (1996), Viagem ao Princípio do Mundo (1997), A Carta (1998), La Princesse de Clèves (1999). Foi homenageado no Festival de Cinema de Veneza em 1991. Participou no filme de Wim Wenders Viagem a Lisboa (1994). Em 1994 recebeu o Prêmio David Donatello por sua carreira e o Prêmio Akira Kurosawa, no Festival de Cinema de São Francisco.