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Marcio Moreira Alves Jornalista e político brasileiro

14 de julho de 1936, Rio de Janeiro (Rio de Janeiro)

3 de abril de 2009, Rio de Janeiro (Rio de Janeiro)

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

06/04/2009 08h22

Marcio Emmanuel Moreira Alves era filho do casal Marcio de Mello Franco Alves e Branca de Mello Franco Alves.

Aos 17 anos já era repórter do jornal Correio da Manhã, do Rio de Janeiro, e em 1956 foi correspondente de guerra durante o conflito anglo-egípcio, resultante da nacionalização do canal de Suez pelo presidente egípcio Gamal Nasser.

No ano seguinte, foi enviado pelo Correio para cobrir a crise política em Alagoas. Durante uma sessão da Assembléia Legislativa daquele estado, quando se deveria votar o impeachment do governador Muniz Falcão, Moreira Alves foi baleado em um tiroteio envolvendo deputados. Apesar de ferido, conseguiu enviar a matéria (naquela época, por meio de um telegrama), texto com o qual ganharia o Prêmio Esso de Reportagem de 1958.

Assessor de Francisco San Tiago Dantas, quando este ocupou as pastas do Ministério das Relações Exteriores (1961-1962) e do Ministério da Fazenda (1963), Moreira Alves formou-se em direito no ano de 1963.
 

Cassação e exílio

Opositor da ditadura militar instalada no Brasil a partir de 1964, filiou-se ao MDB e se elegeu deputado federal pelo antigo Estado da Guanabara em 1966, mas continuou atuando como jornalista. Escrevendo no Correio, comandou a "Campanha Contra a Tortura", denunciando casos de violência contra prisioneiros políticos em todo o país.

Já na Câmara Federal, pronunciou violento discurso, em 2 de setembro de 1968, contra a invasão das universidades de Brasília e de Minas Gerais. Considerado ofensivo pelos militares, o discurso teria provocado a reação em cadeia que desembocou no Ato Institucional nº 5.

Cassado pelo governo militar, Marcio Moreira Alves partiu para o exílio, primeiro no Chile, depois na França, a seguir em Cuba, e, finalmente, em Portugal, onde foi professor do Instituto Superior de Economia de Lisboa (atual Instituto Superior de Economia e Gestão).

Retornou ao Brasil, em setembro de 1979, beneficiado pela Lei da Anistia. De volta à vida política, concorreu à Câmara Federal em duas oportunidades, mas sem alcançar sucesso. Ocupou, então, cargos na administração pública, dedicando-se também ao jornalismo e a escrever livros.

Casado com a francesa Marie Breux Moreira Alves, teve três filhos.
 

Folha de S. Paulo; Dicionário histórico-biográfico brasileiro pós-1930 (Editora da FGV)