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Marco Aurélio Imperador Romano

26 de abril de 121 d.C., Roma (Itália)

17 de março de 180 d.C., Vindobona (atual Viena, Áustria)

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

08/02/2008 12h00

Marco Aurélio Antonino pertenceu a uma família de aristocratas e muito jovem perdeu os pais. Adotado pelo tio Antonino Piu, que mais tarde se tornaria imperador, foi nomeado seu sucessor. Aos 11 anos conheceu as ideias do estoicismo e adotou hábitos de vida austera. Após estudar retórica com Fronto, decidiu abandonar esse estudo e se dedicar à filosofia.

Após os anos de sua formação passou a colaborar com o imperador, seu pai adotivo, ocupando o cargo de cônsul por três vezes. Em 161, Antonino Piu morre e ele torna-se imperador, junto com Lúcio Vero. Quando este morre, em 169, Marco Aurélio torna-se único imperador.

O governo de Marco Aurélio, que se estendeu por quase duas décadas (até sua morte, em campanha militar), foi marcado por guerras sangrentas e prolongadas, e por uma série de dificuldades internas. Ele foi excelente guerreiro e administrador e, ao mesmo tempo, humanizou profundamente o exercício do poder.

Quando as obrigações de governo permitiam, entregava-se à reflexão filosófica e escrevia seus pensamentos, em língua grega. Tornou-se assim o terceiro e último expoente do estoicismo romano. O conteúdo de suas "Meditações" (como ficaram conhecidos posteriormente seus pensamentos, registrados em forma de diário) é marcado pela filosofia estoica, mas um estoicismo distante das doutrinas de Zenão. As especulações físicas e lógicas cedem lugar ao caráter prático dos romanos e ao aconselhamento moral. Para os estoicos, a filosofia não representa conhecimento, mas modo de vida.

Em Marco Aurélio, a questão central da filosofia é o problema de como se deve encarar a vida para que se possa viver bem. O problema é tratado com grande dedicação por esse homem religioso e pouco interessado na investigação científica. Em seus pensamentos, são bem visíveis as tendências ecléticas. Ele retoma ideias e exemplos de sabedoria que vêm desde Epicuro.

O estoicismo de Marco Aurélio apresenta divergências em relação às origens gregas. Para compreender suas oscilações, é importante levar em conta as circunstâncias históricas em que viveu, mais que suas características psicológicas. Embora sua colaboração tenha sido importante, ele não chegou a ser um pensador original.

Fonte: "Dicionário dos Filósofos", Denis Huisman, Martins Fontes, 2001