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Marco Polo Navegador veneziano

1254, Veneza (Itália)

8 de janeiro de 1324, Veneza (Itália)

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

27/05/2009 21h14

Emilio ou Emilione, dito Marco Polo, era descendente da nobreza dálmata. Seu pai, Niccolò, e seu tio, Matteo, eram comerciantes, tendo estendido seus negócios a Constantinopla e à Criméia.

Em 1261, numa viagem ao mar Negro, chegaram até a Pérsia, onde permaneceram por um ano. Atingiram Bukhara e Samarcanda, na chamada Rota da Seda, de onde prosseguiram rumo ao leste até atingir o império de Kubilay Khan, também chamado de Grande Khan.

O Grande Khan recebeu-os cordialmente, desejoso de conhecer e estabelecer relação com o mundo ocidental. Os dois irmãos permaneceram alguns anos em sua corte e, ao voltar, levaram mensagem do Grande Khan ao papa, pedindo informações sobre o mundo cristão e o envio de missionários para difusão da fé no Oriente.
 

De volta à corte do Grande Khan

Em 1271, os dois irmãos, acompanhados do filho e sobrinho, Marco Polo, partiram em nova viagem que, por quase cinco anos, os levaria ao império por eles chamado Cathay (China).

Durante a viagem, o jovem Marco Polo ia fazendo anotações. A caravana, após atravessar de norte a sul quase toda a Pérsia, rumou para leste ao atingir Kerman, alcançando o planalto de Pamir, nome que Marco Polo foi o primeiro ocidental a registrar.

Do chamado "teto do mundo" os viajantes desceram por Kashgar, Yarkan e Khotan, regiões que haveriam de permanecer fechadas ao Ocidente até o século 19. Em seguida, a caravana atravessou os desertos de Lop Nor e Gobi, penetrando na China por Suchow e Ch'ang-an.

Durante 17 anos os três Polo viveram na corte do Grande Khan, que lhes dava tarefas administrativas e a eles se afeiçoara, mostrando-se pouco inclinado a deixá-los partir.

A oportunidade surgiu quando o Argun Khan, da Pérsia, enviou mensageiros com o pedido de uma esposa que fosse membro da família do Grande Khan. Este concordou, mas a viagem não poderia ser feita por terra, devido às guerras que assolavam a região.

Os conhecimentos de navegação dos venezianos, então, os conduziram à chefia da frota de 14 navios que, em 1292, partiu de Zaitun, no sudeste chinês, levando a princesa destinada ao soberano persa.

Pelo mar da China, bordejando Sumatra, passando pelo Ceilão e ao longo de toda a costa ocidental da Índia, os navios chegaram ao porto de Hormuz, no golfo Pérsico, em 1294.
 

Livro foi usado por Colombo

De volta a Veneza, Marco Polo casou-se e entrou para a marinha, como suboficial. Preso na guerra contra a república de Gênova, é levado a essa cidade-estado. A um companheiro de prisão, chamado Rustichello, relatou sua viagem ao Extremo Oriente. Rustichello, autor de romances de cavalaria, anota o que lhe conta Marco Polo, publicando depois, em francês italianizado, O livro de Marco Polo.

No entanto, os feitos e revelações do livro encontram resistência da parte dos contemporâneos, que tacham Marco Polo de mentiroso.

No livro é descrita a região atravessada por Marco Polo na Pérsia, Mongólia e China, com informações sobre o Japão e a Índia.

As valiosas revelações geográficas ficariam, contudo, esquecidas durante muitos anos, e só em 1375 o Atlas catalão utilizaria esses dados, mas de forma bastante livre. No século 15, porém, as informações fornecidas por Marco Polo são amplamente utilizadas por navegantes, especialmente por meio da versão latina do livro, publicada em Bolonha entre 1307 e 1314.

Colombo, ao partir em sua viagem, tinha como meta a Cathay de Marco Polo, como pode ser comprovado por um exemplar da edição latina, profusamente anotado pelo navegador genovês.

Não são verdadeiras as histórias de que Marco Polo teria trazido da China informações sobre a pólvora, o compasso marinho e a máquina impressora.
 

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