Mario Benedetti Escritor uruguaio
14 de setembro de 1920, Paso de los Toros (Uruguai)
17 de maio de 2009, Montevidéu (Uruguai)
Mario Orlando Hamlet Hardy Brenno Benedetti Farugia era filho do farmacêutico Brenno Benedetti e Matilde Farugia. Residiu em Paso de los Toros (Uruguai) durante seus primeiros anos de vida, mudando-se depois para Tacuarembó. A seguir, quando tinha 4 anos de idade, a família se mudou para a capital, Montevidéu.
Mario Benedetti iniciou seus estudos no Colégio Alemão de Montevidéu, passando, depois, ao Liceu Miranda. Não concluirá, no entanto, os estudos; será um autodidata por toda a vida.
Em 1945, já faz parte da equipe de redação do semanário Marcha, onde trabalha como diretor literário. Em 1946, casa-se com Luz López Alegre, amor que durará a vida inteira.
Em 1948 dirige a revista literária Marginalia. Seu primeiro livro de poemas, La víspera indeleble, é de 1945. Mas também publica ensaios - Peripecia y novela, 1946 - e contos (Esta mañana y otros cuentos, 1949).
Em 1949 torna-se membro do conselho editorial da revista Número, uma das publicações literárias mais importantes da época. Recebe o Prêmio do Ministério da Instrução Pública por Esta mañana y otros cuentos - prêmio, aliás, que receberia inúmeras outras vezes.
Funda, em 1971, com membros do Movimento de Liberação Nacional - Tupamaros, o Movimento de Independentes 26 de Março, grupo que passou a fazer parte da coalizão de esquerdas denominada Frente Ampla.
É nomeado diretor do Departamento de Literatura Hispano-Americana da Faculdade de Humanidades e Ciências da Universidade da República, em Montevidéu.
Exílio
Depois do golpe de Estado de 27 de junho de 1973, renuncia ao cargo na universidade e parte para o exílio, primeiro no Peru, depois em Cuba, e, a seguir, em Madrid, Espanha. Ao todo, foram dez anos de exílio.
Em 1980 muda-se para Palma de Mallorca. Dois anos mais tarde inicia sua colaboração semanal nas páginas de Opinião do jornal El País.
Benedetti volta ao Uruguai em março de 1983, quando é nomeado membro do conselho editorial da revista Brecha, que pretende dar continuidade ao projeto de Marcha, interrompido em 1974.
Dono de vasta obra - integrante da chamada Geração de 45, à qual pertencem também os escritores Idea Vilariño e Juan Carlos Onetti, entre outros - e conhecido mundialmente por sua novela A trégua, Benedetti - "o poeta do compromisso, do amor e da alegria", como o definiu Juan Cruz, conquistou inúmeros prêmios e honrarias em sua longa carreira: Prêmio Jristo Botev (Bulgária); doutor honoris causa pelas universidades de Alicante e Valladolid; Prêmio Rainha Sofia de Poesia (1999); Prêmio Ibero-Americano José Martí; e o 19º Prêmio Internacional Menéndez Pelayo.
Já viúvo, faleceu em sua casa, em Montevidéu, aos 88 anos de idade.