Mário Covas Político Brasileiro
Santos, 21/04/1930
São Paulo, 06/03/2001
Um dos mais importantes políticos brasileiros, Mário Covas Junior nasceu em Santos, em 21 de abril de 1930. Filho do português Mário Covas e da espanhola Arminda Carneiro Covas, cresceu em Santos, onde cursou o ensino fundamental no Colégio Santista. Nesta época, ganhou o apelido de 'Zuza', nome carinhosos usado por seus familiares, devido a uma fantasia de Carnaval.
Ainda morando em Santos, com 16 anos, conheceu Florinda Gomes, a Lila, durante uma partida de basquete, com quem se casou em 1947 e se tornou a sua grande companheira. Nesta época, interessava-se por política e esportes, dedicando-se especialmente ao tênis e ao futebol, sendo um torcedor fanático do Santos Futebol Clube. Junto com Lila, Covas teve três filhos: Renata, Mário e Silvia, que morreu em 1975, devido a um acidente de moto no Réveillon.
Em 1947, foi estudar química industrial na Escola Técnica Bandeirantes, na capital paulista. No terceiro ano do curso, prestou vestibular para Engenharia Civil, formando-se pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, turma de 1955. Neste período, teve intensa militância na política estudantil da década de 50, sendo vice-presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes), em São Paulo. Formado, prestou concurso público na Prefeitura de Santos, onde trabalhou como engenheiro até 1962.
Em 1961, com o apoio de Jânio Quadros, disputou a eleição para a prefeitura de Santos pelo Partido Social Trabalhista (PST), onde obteve 22.369 votos, ficando em segundo lugar. No ano seguinte, foi eleito deputado federal com 31.100 votos, sendo escolhido vice-líder do PST na Câmara. Em 1964, com a eleição indireta de Castelo Branco para Presidência, Covas, em protesto, votou no marechal Juarez Távora, que não concorria ao cargo. Neste mesmo ano, tornou-se líder do PST.
Filiação ao MDB
Com a extinção do pluripartidarismo, devido ao Ato Institucional 2, Covas filiou-se ao MDB, partido pelo qual foi reeleito deputado em 1966, tornando-se líder da sigla na Câmara. Em 1969, devido a promulgação do Ato Institucional 5, Mário Covas foi destituído do seu cargo e teve seus direitos políticos suspensos por dez anos. Além disso, no mesmo ano, passou dez dias preso em um Quartel da Aeronáutica, em São Paulo. Durante o período da cassação, trabalhou com engenheiro, mas continuou seus contatos com a vida política do país.
Com a retomada de seus direitos políticos, Mário Covas foi eleito diretor regional do MDB e, no mesmo ano, com a extinção do bipartidarismo, filiou-se ao PMDB, sendo eleito deputado federal, em 1982, com mais de 300 mil votos. Indicado pelo governador Franco Montoro, assumiu a Prefeitura de São Paulo em 1983, onde ficou até 1985.
Após sair da prefeitura, foi eleito senador, em 1986, com 7,7 milhões de votos, a maior votação da história do Brasil na época, tornando-se líder do seu partido na Assembléia Nacional Constituinte. Em junho de 1988, Mario Covas foi um dos fundadores do PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira) e, alguns meses depois, seu presidente nacional.
No ano seguinte, foi candidato a presidente da República, obtendo o quarto lugar. Em 1990, perdeu a eleição para governador de São Paulo, ficando em terceiro lugar. Quatro anos depois, foi eleito governador do Estado de São Paulo com 8,6 milhões de votos, sendo reeleito em 1998.
Durante este período, Mário Covas conviveu com vários problemas de saúde. Em 1986, sofreu um infarto, o que o levou a uma angioplastia e a colocação de duas pontes de safena e uma mamária um ano depois. Em 1993, foi submetido a uma cirurgia para retirada da vesícula biliar e, nos anos seguintes, foi internado duas vezes por causa de crises de erisipela nas pernas.
Em 1998, após a retirada de um tumor benigno na próstata, os médicos detectaram um câncer de bexiga, que foi retirada para iniciar um tratamento quimioterápico. Dois anos depois, foi descoberto um novo tumor maligno entre a nova bexiga e o reto. No dia 24 de outubro, Covas adiou sua internação para a noite do dia 29, data da eleição para a Prefeitura de São Paulo, para confirmar publicamente seu voto em Marta Suplicy (PT), no segundo turno.
Mesmo doente e se submetendo a vários tratamentos, Covas continuou as suas atividades como político atuante. Em 2000, ao ser perguntado se iria descansar após sair de uma internação no Instituto do Coração (Incor), Covas disse: "Eu vou trabalhar, pois trabalhar não mata ninguém. Só hoje tenho cinco reuniões agendadas."
Em 6 de março de 2001, Mário Covas morreu de falência múltipla dos órgãos por volta das 5h30, no Incor, em São Paulo. O seu velório foi acompanhado por milhares de pessoas, sendo sepultado no Cemitério do Paquetá, em Santos.