Mestre Eckhart Teólogo dominicano e filósofo místico alemão
1260 d. C., Turíngia (Alemanha)
1328 d. C., Avignon (França) ou Colônia (Alemanha)
Mestre Eckhart, um dos mais importantes filósofos místicos medievais, nasceu em Hochheim, perto de Gotha, na Turíngia, região que hoje se situa no centro-oeste da Alemanha. Entrou para a ordem dos dominicanos muito jovem e, aos 17 anos, vai a Paris estudar artes, que na época incluía lógica, gramática, retórica, música, astrologia, geometria e aritmética.
Em 1280 Eckhart parte para Colônia, onde estuda teologia. Nessa época é aluno de Alberto Magno, cientista, filósofo e teólogo aristotélico. Em 1302, termina os estudos em teologia na universidade de Paris, passando a ser Mestre Eckhart. Em 1303 torna-se provincial da Saxônia, assumindo grande responsabilidade, incluindo a fundação de novos conventos, a direção espiritual dos irmãos e irmãs e a condução de negócios com os senhores feudais.
Entre 1314 e 1322 ele ocupa, em Estrasburgo, o cargo de vigário-geral da ordem. Nesse período, viaja bastante e faz pregações ao povo, na língua alemã. Em 1323 é enviado a Colônia, onde ensina teologia, faz pregações e dedica-se à produção intelectual.
Em 1326 tem início um processo inquisitorial contra Eckhart, por supostas doutrinas heréticas. É designada uma comissão, que seleciona 120 proposições de Eckhart, tiradas do livro "Da Divina Consolação", das obras latinas e dos sermões em alemão. Ele protesta contra esse método de selecionar frases dentro de uma imensa obra, tirando-as do contexto em que foram escritas.
Antes de se dirigir a Avignon, cidade em que seria julgado e onde estava o papa, Eckhart faz uma profissão de ortodoxia, ou seja, afirma concordar com as regras e preceitos da Igreja. Em seguida, vai para Avignon, a fim de acompanhar o julgamento de sua doutrina. Mestre Eckhart não assiste à sua condenação, pois morre em abril de 1328.
Seu pensamento influenciou muitos outros místicos, entre os quais Julian de Norwich, Teresa de Ávila, São João da Cruz, Nicolau de Cusa e Hegel. A partir do século 19, com a descoberta de seus manuscritos e a diminuição da perseguição por parte da Igreja, sua obra é redescoberta e sua imagem se refaz, a ponto de hoje ele ser reconhecido como um dos mais importantes representantes do misticismo cristão.