Topo

Miguel Torga Escritor português

12-8-1907, S. Martinho de Anta, Trás-os-Montes

17-1-1995, Coimbra

Do Klick Educação

17/08/2015 20h58

Seu verdadeiro nome era Adolfo Correia da Rocha. Em 1920, emigrou para o Brasil, após uma fugaz passagem pelo Seminário de Lamego. Retornou a Portugal em 1925 e em 1933 concluiu o curso na Faculdade de Medicina de Coimbra, onde se radicou como clínico. Colaborador da Presença, desligou-se deste movimento para fundar as revistas Sinal (1930) e Manifesto (1936-1938) com outros escritores. Isolou-se depois de correntes e de grupos para percorrer caminho autônomo. Poeta, estreou com Ansiedade (1928), Rampa (1930) e Tributo (1931). Impôs o seu nome a partir de O Outro Livro de Job (1936) e atingiria o seu apogeu em Poemas Ibéricos (1952) e Orfeu Rebelde (1958). Autor de ficção, estreou com Pão Ázimo (1931) e A Terceira Voz (1934). A sua coletânea Bichos (1940) constitui um marco do conto em Portugal. Outros livros de realce: Contos da Montanha (1941), Novos Contos da Montanha (1944), o romance Vindima (1945) e Pedras Lavradas (1951). Em 1937 iniciou a série A Criação do Mundo, que em 1981, com O Sexto Dia da Criação do Mundo, atingia cinco volumes: ciclo cósmico de caráter autobiográfico. Em 1941 publicou o primeiro volume do Diário, cuja série abrangia 14 volumes em 1987; é nesse ciclo autobiográfico, expresso em prosa e verso, que a poesia de Torga atinge a sua plenitude. Filho de camponeses e ex-seminarista, afloram na sua obra as raízes telúricas (refletidas até na escolha do pseudônimo) e os motivos de ordem bíblica que lhe povoam o imaginário. Entre outros prêmios literários, conta-se o Prêmio Camões, que recebeu em 1989.