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Nicolau de Cusa Cardeal, teólogo e filósofo alemão

1401 d.C., Cusa (Alemanha)

1464 d.C., Todi, Úmbria (Itália)

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

15/02/2008 19h45

Nicolau Krebs nasceu em 1401 em Cusa, de família modesta. Recebeu sua primeira educação em Deventer, junto aos "Irmãos da vida comum", que cultivavam o ideal da devoção, sendo assim, desde muito jovem, influenciado pelo misticismo alemão. Estudou direito em Heidelberg e, de 1418 a 1423, em Pádua, onde completou o doutorado.

Ordenado padre, teve participação notável no concílio de Basileia (1432). Nessa ocasião, escreveu "De Concordantia Catholica" (1433), obra em que pregava a unidade da Igreja católica e a concordância de todas as fés cristãs.

As obras fundamentais de Nicolau de Cusa são três: "De Docta Ignorantia", "De Conjecturis" e "Apologia Doctae Ignorantiae", que tratam de Deus, do mundo e do homem. "De Docta Ignorantia" é "a primeira obra clássica alemã, que, de fato, fundou a filosofia moderna", segundo Hoffmann.

Suas influências principais são o misticismo alemão (Mestre Eckart), o platonismo e o neoplatonismo cristão (Santo Agostinho, Pseudo Dionísio, Scoto Erígena, São Boaventura), e os autores de tendência neoplatônica em geral.

Nicolau de Cusa admite, acima dos sentidos, dois graus do saber: a ratio e o intellectus. A ratio, ou intelecto discursivo, é a faculdade de abstrair das noções particulares os conceitos universais e formar, em seguida, juízos e raciocínios. Acima da ratio está o intellectus, atividade supra-racional iluminada pela fé ou pela mística, cujo objeto próprio é o Uno, Deus. Seu conceito de docta ignorantia consiste precisamente na consciência dos limites e da relatividade da ratio, cujas deficiências são supridas pelo intellectus.

Nicolau de Cusa foi nomeado cardeal em 1448 pelo papa Pio 2 e, em 1450, torna-se bispo de Brixen. O próprio Pio 2 lhe confia a administração dos Estados pontifícios, tarefa que o ocupará até o fim da vida. Morre em Todi em 1464, durante os preparativos de uma cruzada promovida pelo papa contra os turcos.

Fonte: "Dicionário dos Filósofos", Denis Huisman, Martins Fontes, 2001