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Noel Rosa Compositor, cantor e letrista brasileiro

11-12-1910, Rio de Janeiro (RJ)

4-5-1937, Rio de Janeiro (RJ)

Do Klick Educação

17/08/2015 20h58

Um mestre do coloquial nas letras, Noel de Medeiros Rosa marcou o samba dos anos de 1930 e entrou para a história como um dos maiores compositores e letristas brasileiros. Sempre em dificuldades financeiras, aprendeu que para pagar suas contas, como músico, era preciso estar afinado com as multidões. Incorporou assim em sua música a forma de compor e a cadência melódica do samba feito pelos malandros do morro, que o fascinara desde cedo, e fez de suas letras uma brilhante crônica social e política, além de amorosa, de sua época. Noel Rosa nasceu de um parto difícil, resolvido a fórceps, no bairro de Vila Isabel, no Rio de Janeiro. Como resultado, ficou com uma paralisia parcial no lado direito do rosto e uma fratura e afundamento no maxilar. O defeito, além de acentuado em suas caricaturas, foi motivo para os colegas o apelidarem de "Queixinho". Noel começou a namorar a música pelo braço do bandolim, mas foi com o violão que tomou contato com os primeiros segredos da harmonia, desenvolvendo-se como autodidata. Tornou-se um assíduo participante das rodas boêmias, ao mesmo tempo que estabeleceu contato com os sambistas da Escola de Samba Estácio de Sá e dos morros do Rio de Janeiro. Em 1927 foi convidado a integrar o Bando dos Tangarás, formado por Almirante, João de Barro, Alvinho e Henrique Britto. O grupo introduziu a batucada com latas, bem como os instrumentos de percussão (pandeiro, reco-reco, cuíca, surdo), em excursões realizadas pelo país. Em 1930, Noel conheceu o sucesso com o samba Com que Roupa, cantado à exaustão no carnaval de 1931. Amante da boemia, da malandragem, dos botequins, dos cabarés e dos prostíbulos, mesmo sabendo que a tuberculose lhe corroía os pulmões, nunca largou o cigarro e a bebida. Morreu aos 26 anos na casa onde nasceu, depois de construir uma obra expressiva, não só pelo número de composições (fez mais de 250 em menos de oito anos), mas, principalmente, por sua genialidade, sendo suas algumas das mais belas composições da música popular brasileira, como Feitio de Oração, gravada em parceria com Vadico. Entre outras: Conversa de Botequim, Pra que Mentir, Fita Amarela, Palpite Infeliz e Último Desejo.