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Olavo Setubal Industrial, banqueiro e político paulista

16/4/1923, São Paulo (SP)

27/8/2008, São Paulo (SP)

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

29/08/2008 09h02

Filho do advogado e escritor Paulo Setubal e de dona Francisca de Sousa Aranha, Olavo Egydio Setubal formou-se em engenharia pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Passou a trabalhar como professor-assistente no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). Em 1947, abriu com um colega de turma uma pequena empresa, a Artefatos de Metal Deca.

Na década de 1950, foi convidado pelo tio materno, Alfredo Egydio de Sousa Aranha, a dirigir o Banco Federal de Crédito e, com Eudoro Villela, reestruturou a instituição e a transformou em base para a formação do Banco Itaú Holding Financeira, que se tornou um dos principais conglomerados financeiros da América Latina.

Sob o comando de Setubal, o Itaú passou por rápida expansão, passando da 150ª colocação no ranking de 200 bancos brasileiros à 2ª posição, num curto período de dez anos, entre 1965 e 1975. Em janeiro deste ano, foi convidado pelo governador do Estado de São Paulo, Paulo Egydio Martins, a ser prefeito da capital (as eleições diretas estavam proscritas pelo regime militar).

Olavo Setubal foi, reconhecidamente, um administrador competente e um prefeito preocupado com o futuro da metrópole. Atacou os problemas do trânsito e iniciou as obras da linha Leste-Oeste do Metrô. Teve cuidado especial com o centro da cidade, reformando os calçadões da Praça da Sé e do Pátio do Colégio e restaurando o Edifício Martinelli. Andava a pé pelas ruas do centro e conversava com os cidadãos, mesmo não dependendo de seus votos.

Depois da prefeitura, foi ministro das Relações Exteriores por 11 meses, durante a presidência de José Sarney. Deixou o cargo para candidatar-se ao governo do Estado de São Paulo. No entanto, derrotado numa convenção interna do PFL, desistiu da idéia e retirou-se da vida pública.

Desde 2001 ocupava a presidência do Conselho da holding Itaúsa e, de 2003, do Banco Itaú Holding Financeira, onde foi atuante até os últimos dias de sua vida. Também exercia a presidência de honra do Instituto Itaú Cultural.

Casou-se pela primeira vez aos 23 anos com Matilde de Azevedo, conhecida como Tide Setubal, com quem teve sete filhos. Após a morte da esposa, em 1977, casou-se com Daisy Salles, que na ocasião também era viúva.