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Oliveira Viana Sociólogo, historiador e jurista brasileiro

20 de junho de 1883, Fazenda Rio Seco, Saquarema, RJ (Brasil)

28 de março de 1951, Niterói, RJ (Brasil)

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

23/09/2009 22h17

Depois de fazer os estudos iniciais em Niterói, RJ, Francisco José de Oliveira Viana ingressou na Faculdade Livre de Direito do Rio Janeiro, ali se diplomando. Além de trabalhar como professor de direito criminal na Faculdade de Direito do Estado do Rio de Janeiro, Viana ocupou, a partir de 1926, o cargo de diretor do Instituto de Fomento Agrícola do Estado do Rio de Janeiro.

Data de 1920 a primeira edição da obra que colocou Oliveira Viana no patamar mais alto da ensaística brasileira: Populações meridionais do Brasil. Nesse mesmo ano, Viana também publicou O idealismo na Constituição.

Após a Revolução de 1930, Oliveira Viana ocupou postos-chave na administração pública. De 1932 a 1940, exerceu as funções de consultor jurídico do Ministério do Trabalho e foi um dos arquitetos da Previdência Social. Seu pensamento trabalhista está reunido em alguns de seus livros, como Direito do trabalho e democracia social, de 1951.

Em 1940, Oliveira Viana foi nomeado ministro do Tribunal de Contas da União, cargo em que se aposentou.
 

Obra clássica

Apesar de ser considerada por alguns estudiosos como elitista e conservadora, a obra de Oliveira Viana permanece importante, principalmente pela seriedade com que foi construída. Retificados em muitos pontos pelos cientistas sociais das gerações seguintes, os estudos de Viana ainda são leitura imprescindível para quem deseja compreender o Brasil.

O principal erro de Oliveira Viana - que era também o erro de parcela da antropologia social de sua época - talvez tenha sido o de subestimar a presença do negro na formação social brasileira.

As melhores contribuições de Oliveira Viana, além do clássico Populações meridionais do Brasil, são Instituições políticas brasileiras, obra póstuma, publicada em 1955, e O ocaso do império (1925).

Segundo o historiador José Murilo de Carvalho, "a explicação do ocaso do Império feita por Oliveira Viana tornou-se clássica e foi retomada por muitos pesquisadores depois dele. A análise dos militares, particularmente, inspirou estudos recentes embasados na sociologia das organizações. Pode-se dizer que análises posteriores acrescentaram apenas duas causas políticas e ideológicas à queda do Império, para ficarmos dentro da delimitação do livro: o papel da Igreja e o de São Paulo, a província".

Oliveira Viana foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em 1937.
 

Pequeno Dicionário de Literatura Brasileira; Enciclopédia Mirador Internacional