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Orígenes Lessa Jornalista e escritor paulista

12 de julho de 1903, Lençóis Paulista (SP)

13 de julho de 1986, Rio de Janeiro (RJ)

Da página 3 Pedagogia & Comunicação

21/08/2005 13h07

Orígenes Lessa foi jornalista, contista, novelista, romancista e ensaísta. Em 9 de julho de 1981 foi eleito para a Cadeira número 10 da Academia Brasileira de Letras, na sucessão de Osvaldo Orico. Foi recebido em 20 de novembro de 1981, pelo acadêmico Francisco de Assis Barbosa.

Filho do pernambucano Vicente Themudo Lessa, historiador, jornalista e pastor protestante, e de Henriqueta Pinheiro Themudo Lessa, foi com a família para São Luís do Maranhão em 1906, onde morou até os 9 anos. Da experiência de sua infância resultou o romance "Rua do Sol". Em 1912, voltou para São Paulo. Dos 19 aos 21 anos, ficou num seminário protestante.

Em 1924, transferiu-se para o Rio de Janeiro. Separado voluntariamente da família, lutou para se sustentar, dedicando-se ao magistério. Completou o curso de educação física e chegou a dar aulas de ginástica. Ingressou no jornalismo, publicando os seus primeiros artigos na seção Tribuna Social-Operária de "O Imparcial". Em 1928, matriculou-se na Escola Dramática do Rio de Janeiro, dirigida, então, por Coelho Neto, romancista aclamado como o "Príncipe dos Escritores Brasileiros".

Ainda em 1928, voltou para São Paulo, onde ingressou como tradutor no Departamento de Propaganda da General Motors, ali permanecendo até 1931. Em 1929, começou a escrever no "Diário da Noite", de São Paulo, e publicou a primeira coleção de contos, "O Escritor Proibido", calorosamente recebida por Medeiros e Albuquerque, João Ribeiro, Menotti del Picchia e Sud Menucci. Seguiram-se a essa coletânea "Garçon, Garçonnette, Garçonnière", menção honrosa da Academia Brasileira de Letras, e "A Cidade que o Diabo Esqueceu".

Em 1932, tomou parte ativa na Revolução Constitucionalista, durante a qual foi preso e encaminhado para o Rio de Janeiro. No presídio de Ilha Grande, escreveu "Não Há de Ser Nada", reportagem sobre a Revolução Constitucionalista, e "Ilha Grande, Jornal de um Prisioneiro de Guerra", dois trabalhos que o projetaram nos meios literários. Nesse mesmo ano, ingressou como redator de publicidade na N.Y. Ayer & Son, atividade que exerceu durante mais de 40 anos em sucessivas agências.

Voltou à atividade literária, publicando a coletânea de contos "Passa-três" e, a seguir, a novela "O Joguete" e o romance "O Feijão e o Sonho", obra que conquistou o Prêmio Antônio de Alcântara Machado e teve grande sucesso, tendo sido adaptada para uma novela de televisão.

Em 1942 mudou-se para Nova York para trabalhar no Coordinator of Inter-American Affairs, tendo sido redator da NBC, em programas irradiados para o Brasil. Em 1943, de volta ao Rio de Janeiro, reuniu no volume "OK, América" as reportagens e entrevistas escritas nos Estados Unidos. Fez novas coletâneas de contos, novelas e romances. A partir de 1970, dedicou-se também à literatura infanto-juvenil, chegando a publicar, nessa área, quase 40 títulos.

Recebeu inúmeros prêmios literários: o Antônio de Alcântara Machado (1939), pelo romance "O Feijão e o Sonho"; o Carmem Dolores Barbosa (1955), pelo romance "Rua do Sol"; o Fernando Chinaglia (1968), pelo romance "A Noite sem Homem"; o Luísa Cláudio de Sousa (1972), pelo romance "O Evangelho de Lázaro".