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Paul Valéry Escritor francês, poeta da escola modernista

30/10/1871, Sète, França

20/07/1945, Paris, França.

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

20/08/2005 09h07

"Se soubéssemos, não falaríamos nem tampouco pensaríamos". O elogio ao silêncio absoluto é bastante significativo, quando vem de um artista da palavra como Valéry.

Paul Valéry foi um misto de pensador e de poeta. Inseriu-se na linhagem de escritores transgressivos que tinham como expoentes Edgar Allan Poe e Stéphane Mallarmé.

Sua obra poética é considerada como uma das mais importantes da poesia francesa do século 20. Sua obra ensaística é a de um homem tolerante que depreciava as idéias irracionais e acreditava na superioridade moral e prática do trabalho. Recusava a metafísica e os sistemas filosóficos. Recusava aos historiadores, qualquer poder de ensinamento e de previsão, já que suas lições eram ultrapassadas pelos acontecimentos.

Rigoroso, Valéry se empenhou na busca de um método destinado a fazer da criação poética uma obra de precisão. O lirismo para ele não ia além do "desenvolvimento de uma exclamação".

Paul Valery estudou direito em Montpellier, onde publicou suas primeiras poesias: "Sonho"(1889) "Elevação da lua" (1889), "A marcha imperial" e "Narciso fala". Sua amizade com Pierre Louis lhe abriu as portas literárias de Paris, onde conheceu André Gide e Mallarmé (1891), com quem teria uma grande amizade.

Seu amor não correspondido por Madame Rovira precipitou uma crise que o levou em 1892 a renunciar à poesia e a consagrar-se ao culto exclusivo da razão e inteligência. Em 1894 se instalou em Paris e no ano seguinte publicou ensaios filosóficos: "Introdução ao método de Leonardo da Vinci" e "Monsieur Teste", este último foi uma série de dez fragmentos onde expõe o poder da mente voltada à observação e dedução dos fenômenos.

Trabalhou como funcionário do Ministério da Guerra (1895) foi secretário particular de Édouard Lebey (1900-1920), um dos editores da agência Havas. Obteve grande notoriedade com a publicação do poema "A Jovem Parca" (1917) e dos volumes de versos "Álbum de Versos antigos (1920) e "Charmes" (1922) que inclui seu poema "O Cemitério Marinho" considerado o protótipo da "poesia pura" de Valery.

Em 1925 ingressou na Academia Francesa. Suas obras seguintes foram diálogos em prosa: "Eupalinos ou o Arquiteto" (1923) e "A Alma e a Dança" (1923). Posteriormente publicou uma recopilação de ensaios e conferências ("Variedades", 5 volumes, 1924-44) e uma série de obras como "Rumbas" (1926), "Analetos" (1927), "Literatura" (1929), "Consideração sobre o Mundo Atual" (1931) "Maus Pensamentos e Outros" (1941) e "Tal Qual" (1941-43). Foi também professor de poética e escreveu balés para teatro como "Semiramis" (1934)

O livro "Degas Dança Desenho", publicado em 1936, aproxima literatura e artes plásticas e traça um perfil valioso de Edgar Degas (1834-1917). Valéry mistura reminiscências pessoais de caráter anedótico com análises críticas das questões estéticas levantadas pelo pintor e escultor.