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Paulo Maluf Político brasileiro

3/9/1931, São Paulo (SP)

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

31/07/2008 08h32

Paulo Salim Maluf participou do movimento estudantil na Universidade de São Paulo, quando cursava engenharia civil na Escola Politécnica. Formando-se em 1954, passou a trabalhar nas empresas da família. No ano seguinte, casou-se com Sílvia Lutfalla com quem tem quatro filhos e treze netos.

Em 1964, foi eleito vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo. Apoiou o golpe militar que depôs o presidente João Goulart. Em maio de 1967, foi indicado para a presidência da Caixa Econômica Federal, pelo general Artur da Costa e Silva de quem era amigo. Também por sugestão do general, foi nomeado prefeito de São Paulo pelo governador Abreu Sodré.

Tinha início uma carreira política que despertava paixões (amor e ódio), devido ao estilo desenvolvido pelo personagem: Maluf manifestava tanto um lado autoritário e arrogante em suas decisões e no trato com os adversários, quanto cordialidade e simpatia com os amigos e partidários.

Na administração da capital paulista, empreendeu uma obra que se transformou no paradigma de seu modo de fazer política: o elevado Costa e Silva ou Minhocão, viaduto que, além de homenagear seu padrinho político, era uma de suas primeiras "obras faraônicas".

O Minhocão, por um lado, desafogou o trânsito paulistano (embora conduzisse principalmente à empresa da família Maluf). Por outro, foi uma catástrofe urbanística que enterrou as avenidas São João e general Olímpio da Silveira, degradando seu entorno.

Entre os gestos populistas desse período, destaca-se o fato de ter presenteado com automóveis os jogadores da seleção brasileira que conquistaram o tricampeonato em 1970. O presente foi pago com dinheiro público e Maluf foi condenado por isso, na justiça, anos mais tarde.

Ao deixar a prefeitura em 1971, assumiu a Secretaria de Estado dos Transportes, no governo Laudo Natel, onde permaneceu até 1975. Em 1978, derrotou Laudo (candidato apoiado pelo general João Baptista Figueiredo) na convenção de seu partido, a Arena (Aliança Renovadora Nacional), e foi eleito indiretamente governador de São Paulo.

Assumiu o governo em 1979. Estatizou a companhia de energia elétrica Light, que se tornou Eletropaulo, e investiu US$ 500 milhões na empresa petrolífera Paulipetro, mas não achou petróleo. Em 1982, foi eleito deputado federal com 672.629 votos, a maior votação da Câmara dos Deputados até aquele momento.

Em 1984, venceu a convenção que indicou o candidato da Arena a presidente da República, mas dividiu o partido num episódio que, indiretamente, favoreceu o restabelecimento da democracia, após 20 anos de regime militar. No Colégio Eleitoral, perdeu a disputa para Tancredo Neves por 480 votos a 180.

Maluf conheceu então uma sucessão de derrotas eleitorais: em 1986, ficou em terceiro lugar na eleição para governador. Em 1988, perdeu a prefeitura para Luiza Erundina (PT). Em 1989, a Presidência, para Fernando Collor de Mello. Em 1990, o governo do Estado de São Paulo, para Luiz Antonio Fleury Filho.

A virada na sorte ocorreu em 1992, quando Maluf ganhou a eleição para a Prefeitura de São Paulo. Nesse último mandato, obteve o maior índice de aprovação da história do município, com cerca de 93%. Projetos sociais nas áreas de habitação e saúde implantados por Maluf explicam essa porcentagem.

Além disso, Maluf realizou obras por toda a cidade, acompanhando o aumento da frota de automóveis em circulação e gerando vários empregos. Desse modo, fez seu sucessor, Celso Pitta, que teve péssima atuação à frente do cargo e acabou por prejudicar a imagem de Maluf.

Nova sucessão de derrotas: em 1998 perdeu o governo do Estado para Mário Covas. Em 2000, a prefeitura de São Paulo para Marta Suplicy (PT). Em 2002, as eleições para o governo estadual e, em 2004, a prefeitura da capital. Dois anos depois, novamente superou o ciclo ruim, candidatando-se a deputado federal e elegendo-se como o mais votado do Brasil.

Nesse meio tempo, Maluf chegou a ser preso por conta de diversas irregularidades em suas contas, muitas das quais perigosamente próximas das contas públicas. Segundo a Associação dos Magistrados Brasileiros, corriam contra Maluf em agosto de 2008 três ações de improbidade administrativa e quatro ações penais por crimes de responsabilidade, contra o sistema financeiro nacional, formação de quadrilha e ocultação de bens.

Na disputa para a prefeitura de São Paulo, nas eleições de 2008, Maluf viu suas chances eleitorais cada vez mais mais reduzidas e ficou em quarto lugar, obtendo a metade dos votos que conseguira em 2006 quando disputou uma vaga para deputado federal.
 

Folha de S. Paulo, Veja e Agência Brasil