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Pedro Nava Escritor e médico mineiro

05/06/1903, Juiz de Fora (MG)

13/05 /1984, Rio de Janeiro (RJ)

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

01/03/2006 09h15

Em 1921 Pedro da Silva Nava ingressou na Faculdade de Medicina em Belo Horizonte, onde fez amizade com Prudente de Morais Neto e com o futuro presidente da República, Juscelino Kubitschek de Oliveira.

Começou a ir ao Café Estrela, freqüentado pelos escritores Carlos Drummond de Andrade, Abgar Renault, Emílio Moura, Aníbal Machado, João Alphonsus, bem como pelos políticos Milton Campos, João Pinheiro Filho, Gabriel Passos e Pedro Aleixo, futuro vice-presidente brasileiro. Também passou a colaborar com poemas na "Revista", órgão modernista mineiro.

Em 1925, encontrou-se em Belo Horizonte com os modernistas paulistanos e, com amigos, ciceroneou o grupo em visita às cidades históricas. Em 1928, ilustrou o Macunaíma, de Mário de Andrade. Em 1931 mudou-se para Monte Aprazível, SP, abalado com o suicídio da namorada que sofria de leucemia. Dois anos depois foi para o Rio de Janeiro. Em 1938 escreveu o poema "O Defunto", publicado posteriormente junto com outros de seus poemas. Em 1943, casou-se com Antonieta Penido.

Durante muito tempo, Pedro Nava trocou correspondências com o poeta Manuel Bandeira. Em 1946, apareceu na antologia "Poetas Brasileiros Bissextos Contemporâneos", organizada por Bandeira. Um ano depois publicou seu primeiro livro, "Território de Epidauro".

Em 1948 tornou-se Diretor do Departamento de Clínica Médica e Membro da Academia Brasileira de História das Ciências e viajou à Europa para aperfeiçoar seus estudos. Nos anos seguintes fez várias viagens ao exterior, ligadas à sua profissão de médico.

Em 1965 publicou "Evocação da Rua da Bahia", dedicado a Carlos Drummond de Andrade. Em 1968, aos 64 anos, começou a redigir as memórias. Em 1972 , o primeiro volume, "Baú de Ossos". foi publicado. Seguiram-se "Balão cativo", "Chão de ferro", "Beira-Mar", "Galo-das-Trevas" e "O Círio Perfeito". Este último recebeu em 1984, o prêmio "Livro do Ano", concedido pelo Museu de Literatura da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo.

Em 1973, recebeu, no Rio de Janeiro, o Prêmio Luísa Cláudio de Sousa, concedido pelo Pen Club, e o Prêmio Personalidade Global - Setor Literatura, concedido pela Rede Globo de Televisão e pelo jornal "O Globo". No ano de 1974 recebeu o Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte.

Em 1975 foi a vez do Prêmio Machado de Assis de Memórias ou Crônicas, do 9o Concurso Literário da Fundação Cultural do Distrito Federal, por "Balão Cativo".

O autor suicidou-se na Rua da Glória, no Rio de Janeiro, no dia 13 de maio de 1984.

Até os 70 anos de idade, Nava tinha escrito pouco e seu trabalho, apesar de aplaudido pela crítica e por autores de peso, como Drummond, Vinícius de Moraes e Manuel Bandeira, era tido como uma espécie de hobby para o médico competente. Foi sua obra memorialística, de peso e relevância, que fez dele um dos mais respeitados escritores do país.