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Pierre Corneille Dramaturgo francês

6 de junho de 1606, Rouen (França)

1º de outubro de 1684, Paris (França)

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

16/12/2009 20h04

Pierre Corneille fez os primeiros estudos com os jesuítas. Depois de rápida formação jurídica, torna-se advogado junto ao parlamento de Rouen.

Corneille tem sua carreira de dramaturgo dividida em duas fases: a primeira, dedicada à comédia; a segunda, à tragédia, que lhe trará a glória literária em 1637, quando Le Cid é encenada. A peça trata do conflito entre o amor e o dever - e torna-se, ao somar o psicológico ao dramático, a primeira grande obra do teatro clássico francês.

O sucesso provoca discussões sem fim entre os críticos, que se dividem. Por fim, apesar de "alguns defeitos formais", o encanto e o poder dos versos de Corneille sobrepujam qualquer dúvida.

Seguem-se outras tragédias: Horace, baseada em uma história lendária de Roma, e Cinna. Esta última, uma das melhores realizações de Corneille, faz a análise psicológica do imperador Augusto, que se transforma de tirano em homem que sabe perdoar.

Se Cinna representou a glória da clemência, a tragédia seguinte, Polyeucte, representa a glória do martírio. Em termos de modelo de composição dramática, é a obra-prima de Corneille. Trata-se de uma tragédia cristã, de heroísmo místico - ao contrário de Le Cid, que fala do heroísmo puramente humano.

Corneille ainda escreveria várias outras peças, como A morte de Pompeu, na qual a lembrança do grande romano, vencido em Farsália, incita sua mulher, Cornélia, e seu inimigo, César, a se mostrarem dignos de sua memória.

Em 1643, Corneille voltaria à comédia com O mentiroso, baseada em peça de Ruiz de Alarcón y Mendoza. Mais uma vez, o dramaturgo demonstra sua habilidade para concentrar, num único verso, uma situação dramática ou uma elevada lição moral.

As últimas tragédias de Corneille, quase sempre de teor político, seriam eclipsadas pela dramaturgia sutilmente erótica de Racine, caindo, depois, no esquecimento. Mais tarde, contudo, voltariam a ser apreciadas.

A extensão e a riqueza da obra de Corneille fizeram com que surgisse, na França, o adjetivo "corneliano", de amplo significado, pois pode se referir ao heroísmo, à força e à densidade literárias, à grandeza da alma ou a uma posição irredutível em relação a certos pontos de vista.

Fonte: Enciclopédia Mirador Internacional