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Raúl Alfonsín Estadista argentino

12 de março de 1927, Chascomús, (Argentina)

31 de março de 2009, Buenos Aires (Argentina)

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

01/04/2009 20h00

Raúl Ricardo Alfonsín foi um advogado e político argentino, 49º presidente da Argentina, no período de 10 de dezembro de 1983 a 8 de julho de 1989, exatamente quando tem início o processo de democratização naquele país, depois de vários anos vivendo sob a ditadura militar. Alfonsín também foi deputado em várias legislaturas e senador (de 10 de dezembro de 2001 a 10 de dezembro de 2005).

Filho primogênito de Raúl Serafín Alfonsín e Ana María Foulkes, Alfonsín estudou na Escola Normal Regional de Chascomús e no tradicional Liceu Militar General San Martín. Posteriormente, cursou Ciências Jurídicas na Faculdade de Direito da Universidade Nacional de La Plata, tornando-se advogado em 1950. De seu casamento com María Lorenza Barreneche nasceram seis filhos.
 

Luta pela democracia

Sempre filiado à União Cívica Radical, organizou o Movimento Renovação e Mudança (Renovación y Cambio), de tendência social-democrata, que procurava dialogar com setores de esquerda e centro-esquerda. Essa linha de atuação política, também chamada de "alfonsinismo", caracterizou-se por uma visão progressista que acabaria por desembocar, em 1972, no Movimento Renovador Nacional, nitidamente antiperonista, que defendia o estabelecimento de uma verdadeira democracia na Argentina.

No período da ditadura militar, Alfonsín, que havia contribuído para a fundação da Assembléia Permanente pelos Direitos Humanos, trabalhou gratuitamente como advogado de opositores do regime, apresentando sucessivos pedidos de habeas corpus ao Judiciário, a fim de libertar presos políticos.

Durante a Guerra das Malvinas, foi um dos poucos políticos argentinos que se opôs à ação militar, acusando os militares de usarem a guerra apenas para fortalecer a ditadura. Depois da derrota da Argentina, a popularidade de Alfonsín cresceu. E, uma vez aberto o processo de redemocratização, tornou-se candidato à presidência, disputando a eleição com o peronista Ítalo Lúder, que foi derrotado.
 

Na presidência

Em seu período como presidente, Alfonsín enfrentou sucessivas crises: políticas - principalmente sublevações de militares que não aceitavam a Lei do Ponto Final, que punia os que haviam praticado crimes contra a humanidade durante o governo de exceção - e econômicas, como altas taxas de inflação e uma crescente dívida externa.

Apesar dos inúmeros problemas - forçado, muitas vezes, a negociar em situação de desigualdade com os militares, tendo de ceder em momentos de grande tensão e, por esse motivo, perdendo popularidade -, Alfonsín conseguiu assegurar a continuação da democracia, evitando a guerra civil e garantindo eleições livres. Com ele, a Argentina iniciou o mais extenso período democrático de sua história.

Defensor de uma progressiva integração comercial dos países que compõem o Cone Sul, Alfonsín desencadeou uma fase de notável cooperação com o Brasil, assinando, em 1985, com o presidente José Sarney, a Declaração de Foz do Iguaçu, base do Mercosul.

Político atuante, defensor incansável da democracia e dos direitos humanos, Raúl Alfonsín faleceu, aos 82 anos, devido a um câncer de pulmão.
 

El País; La Nación