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Raul Bopp Poeta brasileiro

04/08/1898 Vila Pinhal (RS)

02/06/1984 Rio de Janeiro (RJ)

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

10/08/2005 14h04

"Um dia/ ainda eu hei de morar nas terras do Sem-Fim./ Vou andando, caminhando, caminhando;/ me misturo rio ventre do mato,/ mordendo raízes./ Depois/faço puçanga de flor de tajá de lagoa /e mando chamar a Cobra Norato." Esse é um pequeno trecho do longo poema "Cobra Norato", a obra-prima do modernista Raul Bopp

Raul Bopp fez parte da primeira geração do nosso modernismo. Não chegou a receber as glórias da crítica nem a preferência do público, optando mais pela carreira diplomática do que pela literatura.

Por volta de 1917, fundou os semanários "O Lutador" e "Mignon", em Tupanciretã, no Rio Grande do Sul. Cursou Direito, entre 1918 e 1925, em Porto Alegre, Recife, Belém e Rio de Janeiro; freqüentado cada ano letivo em uma capital.

Na década de 1920 percorreu a Amazônia, e em 1922 participou na Semana de Arte Moderna, em São Paulo. Passou a integrar, com Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral e Antônio Alcântara Machado, os movimentos Pau-Brasil e Antropofágico.

Em 1931 lançou "Cobra Norato", seu primeiro livro de poesia e um dos mais importantes do modernismo. Nele, o poeta cria um drama épico e mitológico nas selvas amazônicas, incorporando à estrutura do verso livre elementos do folclore e da fala regional.

Em "Urucungo" (1932), Bopp volta-se para a cultura africana e sua influência na formação histórica do Brasil, traçando uma viagem das aldeias às margens do rio Congo à realidade das favelas.

Como jornalista e diplomata, de 1942 a 1973, viveu em Los Angeles (EUA), Berna (Suíça), Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF) e Porto Alegre (RS).

Publicou, entre outros, os livros em prosa "América, Notas de um Caderno sobre o Itamaraty", "Movimentos Modernistas no Brasil: 1922/1928", "Memórias de um Embaixador", "Bopp Passado a Limpo por Ele Mesmo", "Vida e Morte da Antropofagia" e "Longitudes".

Sua obra poética inclui "Poesias" (1947) e "Mironga e Outros Poemas" (1978). Depois da primeira publicação, "Cobra Norato" teve novas edições em vida do autor que, a cada uma delas, fazia alterações no texto original.