Raul Sangreman Proença Ensaísta português
10-5-1884, Caldas da Rainha
20-5-1941, Porto
Fez o curso do Instituto Industrial e Comercial de Lisboa (1902-1905). Colaborou em diversos jornais republicanos e nas revistas Alma Nacional (1910) e A Águia (1910-1917). Em 30 de janeiro de 1911, tornou-se bibliotecário da Biblioteca Nacional, um especialista em Biblioteconomia, e renovou profundamente aquela instituição entre 1921 e 1926. Co-fundador da revista Seara Nova (1921) e oposicionista militante ao regime instaurado em 28 de maio de 1926, viveu no exílio de 1927 a 1931. Parte dos artigos que publicou na Seara Nova constitui os dois volumes de Páginas de Política (1938-1939), em que se destacam as séries consagradas à crítica do "integralismo lusitano" e ao livro de Julien Benda La Trahison des Clercs, nas quais justifica a superioridade moral e política do regime democrático. Concebeu e dirigiu o Guia de Portugal, cujos dois primeiros volumes foram publicados em 1924 e 1927. Seu ensaio filosófico O Eterno Retorno só viria a ser publicado em dois volumes, postumamente, em 1987 e 1994, constituindo o estudo crítico mais profundo da filosofia de Nietzsche realizado em Portugal na primeira metade do século XX.