Raymond Aron Sociólogo, historiador e filósofo francês
14/03/ 1905, Paris, França
17/10/1983, Paris, França
Filho de um jurista judeu, Raymond-Claude-FerdinandAron recebeu seu doutorado em filosofia da história em 1930. Como professor na Universidade de Colônia, na Alemanha, ele assistiu à ascensão do nazismo. Quando a Segunda Guerra Mundial começou, em 1939, era professor de filosofia social na Universidade de Toulouse e alistou-se na Força Aérea Francesa.
Quando a França foi ocupada, Aron foi para Londres, na Inglaterra, onde se juntou às forças do General de Gaulle e editou, de 1940 a 1944, o jornal do movimento de resistência, "France Libre". No fim da guerra, em 1945, ele voltou para Paris, trabalhando como professor de sociologia. Lecionava essa disciplina na Universidade Sorbonne quando aconteceram os protestos dos estudantes de maio de 1968.
Aron tomou partido contrário ao movimento estudantil que repercutiu pelo mundo, questionando os valores tradicionais, valorizando as drogas e reivindicando liberdade política e sexual. Os jovens pretendiam criar uma nova ordem, um novo começo na política, na cultura e nas relações pessoais.
O humanismo e liberalismo de Raymond Aron faziam contraponto ao existencialismo marxista de outro intelectual francês de sua época, Jean-Paul Sartre. Em "O ópio dos intelectuais", de 1955, o sociólogo criticou o conformismo de esquerda e as tendências totalitárias dos regimes marxistas.
Em outra obra, "A República Imperial: Os Estados Unidos e o Mundo, 1945-1973", de 1973, ele atacou a hostilidade da esquerda francesa, segundo ele obsessiva, contra os Estados Unidos. As questões de violência e conflito entre os Estados foram um tema presente em seus artigos e livros.
A partir da observação da realidade de sua época, o filósofo tentou explicar a atração exercida pelo marxismo sobre muitos intelectuais europeus, com quem entrou em conflito. Para Aron, a doutrina de Marx para a sociedade, a economia e a política parecia divorciada da evolução econômica e social do mundo ocidental.
Foi um colunista influente do jornal "Le Figaro" e do semanário "L'Express", onde escreveu até sua morte. Depois de mais de vinte anos de sua morte, ocorrida em 1983, a vasta e eclética obra de Aron continua a cada dia mais viva e atual.