Roberto Drummond Escritor brasileiro
21/12/1939, Fazenda do Salto, Ferros (MG)
21/06/2002, Belo Horizonte (MG)
Ao receber o Prêmio Jabuti, em 1975, pela publicação do livro "A Morte de D. J. em Paris", Roberto Drummond ganhou notoriedade nos meios literários brasileiros. Numa primeira fase de sua carreira, participou da chamada literatura pop, caracterizada pela ausência de cerimônias e pela proximidade com o cotidiano.
Drummond escreveu "O Dia em que Ernest Hemingway Morreu Crucificado" (romance, 1978), "Sangue de Coca-Cola" (romance, 1980) e "Quando Fui Morto em Cuba (contos, 1982).
Com "Hitler Manda Lembranças" (romance, 1984) e "Ontem à Noite Era Sexta-feira" (romance, 1988) iniciou uma nova fase em sua produção literatura, com enredos mais complexos.
Em 1991, lançou seu maior sucesso, o romance "Hilda Furacão", que foi adaptado para a televisão por Glória Perez, numa minissérie. Pare ele, o fato de o livro ter se tornado sua obra-prima resultou numa espécie de prisão. "Sou um eterno refém de 'Hilda Furacão'", dizia o escritor.
O cenário principal da trama é a capital mineira do final dos anos 50 e início dos anos 60. Os capítulos de "Hilda" seguem o modelo de suspense dos folhetins, instigando a leitura do próximo. Várias ações ocorrem quase ao mesmo tempo, dando ao texto conferindo uma dinâmica expressiva. A história central focaliza a personagem que dá nome ao romance, Hilda Furacão, que foi levada também ao teatro na direção de Marcelo Andrade.
Ele publicou também "Inês é Morta" (romance, 1993) e a biografia "Magalhães: Navegando contra o Vento" (1994). Num de seus últimos livros, "O Cheiro de Deus" (2001), Drummond ironiza seu próprio sobrenome e narra histórias do clã Drummond em solo brasileiro.
Dirigiu a revista "Alterosa" , fechada em 1964. Colaborou no suplemento literário do jornal "Folha de Minas" e em diversas revistas do Brasil e do exterior. Fez também um programa diário sobre futebol na TV Bandeirantes (BH).
Torcedor fanático do Atlético Mineiro, cronista do jornal "Estado de Minas", escreveu a crônica "Para Torcer Contra o Vento", na qual descreve a cena de um uniforme do time sendo lavado: "Se houver uma camisa branca e preta pendurada no varal durante uma tempestade, o atleticano torce contra o vento." Morreu de infarto em dia de jogo Brasil e Inglaterra, que levou a Seleção à semifinal do mundial.
Pouco antes de sua morte, concluíra a novela "Os Mortos não Dançam Valsa".
Drummond era casado com Maria Beatriz, com quem teve uma filha, Ana Beatriz.