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Ronald Golias Comediante e humorista brasileiro

4/05/1929, São Carlos (SP)

27/09/2005, São Paulo (SP)

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

21/10/2005 10h53

Ronald Golias foi alfaiate e funileiro antes de se iniciar na carreira artística, nos anos 1940, fazendo acrobacias aquáticas no grupo Acqualoucos. Sua carreira se confunde com a criação do rádio e da TV no Brasil.

Participou de programas de calouros no rádio, nos anos 1950. Na então famosa Rádio Nacional, conheceu Manoel de Nóbrega (pai de Carlos Alberto da Nóbrega) ator e diretor do programa de humor "A Praça da Alegria" na hoje extinta TV Tupi, em São Paulo. Impressionado com o talento de Golias para fazer rir e criar situações divertidas, Manoel resolveu contratá-lo para atuar também na televisão.

Estreou como comediante na telinha em 1956, no programa comandado por Nóbrega. Foi quando lançou o personagem que se tornaria uma de suas marcas registradas: Pacífico, famoso pelo bordão "ô Cride, fala pra mãe...", que jamais perdeu a atualidade - tanto, que foi relançado em 1990, no programa "A Praça é Nossa", da rede paulista SBT. Nessa emissora, imortalizou personagens novos e antigos, como Pacífico, Bronco, Professor Bartolomeu Guimarães, Isolda e Profeta, e também fez o programa "Escolinha do Golias", atuando ao lado de sua grande amiga Nair Bello e Carlos Alberto de Nóbrega.

Sua popularidade na TV logo o levou para a telona. Ronald fez diversos filmes para o cinema. O primeiro foi a comédia "Um Marido Barra Limpa", de Luís Sérgio Person, em 1957. Antes do final dessa década participou de chanchadas, como "Os Três Cangaceiros", "Os Cosmonautas", "Tudo Legal", ao lado de Ankito e Grande Otelo.

Casado com Lúcia, Golias teve somente uma filha: Paula, nascida em 1967. Nesse mesmo ano estreou seu personagem mais famoso, Carlos Bronco Dinossauro, da série humorística "A Família Trapo", na TV Record. Foi um dos maiores sucessos da televisão brasileira - e Golias era seu ator mais popular. Contracenava com Otelo Zeloni, Jô Soares, Renata Fronzi, Ricardo Côrte Real e Cidinha Campos.

Anos mais tarde, em 1986, a série inspirou o programa "Bronco Total", que se juntou à lista de sucessos do comediante, formada também por "Folias do Golias", "Rio Te Adoro", "Bronco Total", "Golias Show".

Na história da TV, foi um dos mais conceituados e famosos comediantes brasileiros. Irreverente, apelidou o apresentador Sílvio Santos - e o apelido pegou. Antes de ser chamado de "O homem do Baú", Sílvio, que ficava vermelho à toa, ficou conhecido em todo o Brasil como "o peru que fala" - graças a Ronald Golias.

Sempre viu em sua profissão uma missão. Comparava o bom comediante ao carteiro: "Ambos têm a missão de caprichar na entrega e gostar do que fazem, caso contrário não têm futuro", disse, nas poucas entrevistas que concedeu. Nos últimos meses de sua vida, atuava em "Praça é Nossa" e no seriado "Meu Cunhado", no SBT, ao lado de Moacyr Franco, interpretando Bronco, mais uma vez.