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Rubem Fonseca Escritor brasileiro

11-5-1925, Juiz de Fora (MG)

Do Klick Educação

17/08/2015 20h58

Rubem Fonseca é um dos mais originais escritores brasileiros. Criou uma narrativa "brutalista", marcada por uma linguagem cinematográfica, feita de frases curtas, palavras pesadas, diálogos abundantes e ríspidos, e pela obsessiva relação temática entre violência e erotismo. Policialesco e avesso à qualquer organização coletiva, sua obra privilegia a ação à análise psicológica. Seus personagens são quase sempre figuras urbanas, cuja afetividade, sem lugar para o lirismo, dissolve-se no espaço degradado da grande cidade, particularmente o Rio de Janeiro, e entrega-se ao erotismo, como modo de romper com a rotina e marginalizar-se. Levado às ultimas conseqüências, a sexualidade transforma-se em violência, em perda. "Os cinco minutos mais longos da vida são passados num ringue de vale-tudo", escreveu em Feliz Ano Novo. Natural de Juiz de Fora, Minas Gerais, Fonseca vive desde os 8 anos no Rio de Janeiro, onde, privativo e avesso a entrevistas, permanece em certa reclusão. Antes de estrear como escritor, foi camelô, vendendo gravatas no centro do Rio; escrivão de polícia, nos anos de 1950 e 1960, e diretor do Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (Ipes) na década de 1970. Como outros escritores da época, foi perseguido e censurado durante o governo militar. Estreou na literatura quase aos 40 anos, às vésperas do golpe militar de 1964, com o volume de contos Os Prisioneiros (1963). Foi, por longo período, excelente contista até estrear, em 1973, com o romance O Caso Morel. Consolidou-se no gênero com A Grande Arte (1983), adaptado ao cinema. Escreveu ainda outros livros, como A Cólera do Cão (1965), O Cobrador (1979), Bufo & Spallanzani (1985) e Confraria das Espadas (1998).