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Rudolf Carnap Filósofo alemão

18 de maio de 1891, Wuppertal (Alemanha)

14 de setembro de 1970, Los Angeles (EUA)

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

04/11/2009 08h31

As fontes do pensamento de Rudolf Carnap encontram-se em dois grandes filósofos: Gottlob Frege, que foi seu professor nas questões de sintaxe e lógica, e Bertrand Russell, no que se refere à sua perspectiva filosófica geral.

Depois de estudar no Círculo de Viena, período que Carnap considerava como dos mais estimulantes de sua vida filosófica, transfere-se, em 1931, para a antiga Tchecoslováquia, onde permanece até 1935. Nesse ano, diante do avanço de Hitler, muda-se para os EUA, onde manterá contatos com filósofos das universidades de Chicago e Harvard.

Rudolf Carnap é um dos maiores representantes do positivismo lógico e do empirismo científico dele decorrente. Sua obra concentra-se na lógica formal e em suas aplicações, principalmente na esfera da sintaxe. Mas ele também se interessa pelas relações entre lógica e matemática. Na filosofia da ciência, Carnap discute vários problemas, dentre os quais se destacam os de teste e significado das hipóteses científicas. Nos seus últimos anos de vida, dedica-se à lógica indutiva.

Na opinião de Carnap, a matemática é redutível à lógica, sendo analíticos todos os enunciados válidos dessa disciplina. Carnap distingue a geometria matemática (um ramo da lógica) da geometria física (um ramo da ciência empírica).
 

Da metalinguagem à semântica formal

Em seu livro Sintaxe lógica da linguagem, o filósofo enfatiza a diferença entre a linguagem que é objeto de investigação e a linguagem em que a teoria da linguagem-objeto é formulada (isto é, a metalinguagem). Seu objetivo é construir uma teoria geral das formas linguísticas, a fim de revelar até que ponto muitas controvérsias filosóficas nascem apenas em virtude da escolha de uma particular linguagem.

Assim, Carnap pretendia que o desenvolvimento de uma metalinguagem específica permitiria maior clareza na formulação de questões filosóficas. Contudo, anos depois da publicação de sua obra, ele reconheceu que algumas de suas teses eram muito estreitas, admitindo que a metateoria precisaria incluir também a semântica e a pragmática.

Segundo Henry E. Kyburg, da Universidade de Rochester, os estudos de Carnap a respeito das medidas de probabilidade em linguagem formal estão destinados a durar por longo tempo, podendo-se dizer o mesmo do seu trabalho sobre a semântica formal.

Ainda segundo Kyburg, "Carnap foi um defensor incondicional da fecundidade dos estudos formais em filosofia, como também da necessidade de ser claro e explícito, e de oferecer exemplos concretos. Para além das doutrinas filosóficas particulares que defendeu, estes empreendimentos caracterizam sua contribuição para a filosofia".
 

Enciclopédia Mirador Internacional; Dicionário de Filosofia de Cambridge