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Samuel Johnson Crítico literário e escritor inglês

18 de setembro de 1709, Lichfield, Staffordshire (Inglaterra)

13 de dezembro de 1784, Londres (Inglaterra)

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

27/01/2009 17h33

Filho de um livreiro, Samuel Johnson já estava familiarizado com os autores clássicos ao entrar para a Universidade de Oxford em 1728. Por falta de recursos, teve de interromper os estudos universitários, passando a ganhar a vida como tradutor e preceptor.

Depois de vários anos de atribulações financeiras, vivendo em Londres, durante os quais escrevia premido pela necessidade de sobreviver, a autoridade de Johnson se firmou e, a partir de 1755, sua influência na literatura da época tornou-se determinante.

Em 1738 foi publicado seu primeiro poema, "London, a poem". Trata-se de uma imitação da terceira sátira de Juvenal, em que Johnson protesta contra a corrupção da vida, a solidão e os perigos da grande cidade. Esse poema didático-satírico teve, na época, grande sucesso. A crítica moderna, a partir de T. S. Eliot, reabilitou o poema, cujos versos são, realmente, cheios de vigor.

Na biografia de um amigo falecido - "Relato da vida do Sr. Richard Savage" -, Johnson exprimiu toda a amargura de suas próprias experiências dolorosas de escritor mercenário, sofrendo fome e fazendo traduções mal pagas. Esse foi seu primeiro trabalho em prosa que cativou o público, merecendo elogios de Henry Fielding, como o melhor tratado em língua inglesa sobre os defeitos e as virtudes da natureza humana.
 

Prosa clássica

Nessa época, Johnson começava a se interessar por Shakespeare e recebe a incumbência de escrever um dicionário da língua inglesa, significativo tributo à posição que conquistara após dez anos em Londres. Suas dificuldades só terminaram em 1762, quando passou a receber pensão anual de trezentas libras, do rei Jorge 3º.

A elaboração do dicionário demorou dez anos, e é a obra mais importante de Johnson. Publicado em 1755, em dois volumes, o dicionário vale pelas definições criteriosas e pela escolha de citações da literatura inglesa de todas as épocas, embora as etimologias sejam duvidosas.

Outra importante trabalho de Johnson, de valor imenso, foi a edição crítica, em oito volumes, dos dramas de Shakespeare. Ainda que Johnson levantasse críticas ao dramaturgo, seu trabalho como editor foi escrupuloso e seus prefácios às peças são modelos de crítica literária imparcial e penetrante.

Em seu livro "Vidas dos poetas ingleses", de 1791, Johnson tentou diminuir a fama de Milton, sobretudo de seus poemas líricos, e menosprezou a produção poética de John Donne. No entanto, sua crítica é sempre inspirada por um infalível bom senso - e a obra está escrita em magnífica prosa clássica.

Uma das personalidades literárias mais conhecidas da Inglaterra, o maior monumento em homenagem a Johnson é a biografia que dele escreveu seu discípulo James Boswell, "Vida de Samuel Johnson", a maior biografia em língua inglesa e talvez de todos os tempos.

Convivendo com o mestre desde 1763, Boswell apresenta-o nas rodas literárias, discutindo e dominando os outros como oráculo, e pontificando entre os amigos, no Ivy Lane Club ou no The Club, que fundou - em 1764, com os amigos Edward Gibbon, Joshua Reynolds, Oliver Goldsmith e Edmund Burke - e que, até hoje, é um dos mais famosos clubes londrinos.
 

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