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Samuel Taylor Coleridge Poeta e crítico literário inglês

1772, Oterry St. Mary, Devonshire (Inglaterra)

1834, Londres (Inglaterra)

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

09/12/2008 15h40

Samuel Taylor Coleridge entrou para o Jesus College, Cambridge, em 1793. No ano seguinte conheceu o escritor Robert Southey, com quem planejou o estabelecimento de uma comunidade utópica. Morou com Southey em Bristol, onde começou a fazer conferências sobre teologia e política.

Coleridge publicou seus primeiros poemas em 1796. Como muitos de seus contemporâneos, protestava contra a condição dos pobres, a guerra com a França e o tráfico de escravos, mas também cantava, já romanticamente, a solidão, o luar, as ruínas, etc.

Em 1795 conheceu o poeta William Wordsworth. Passou por inúmeras dificuldades familiares e financeiras, mas em abril de 1796 conseguiu publicar sua primeira coletânea, "Poemas sobre vários assuntos". No final do mesmo ano escreveu e publicou "Ode ao ano que se vai". No ano seguinte começou "O velho marinheiro" e "Kubla Khan, uma visão".

Recebeu do governo uma anuidade que lhe permitiu escrever mais outros dos seus melhores poemas: "Geada à meia-noite", "Christabel", "Temores na solidão" e "O rouxinol".

Em setembro de 1798 foi publicado "Baladas líricas", contendo "O velho marinheiro" e outras três poesias de Coleridge, e mais vinte de Wordsworth. No mesmo ano Coleridge embarcou para a Alemanha, onde se dedicou aos estudos de metafísica. Voltou para a Inglaterra no ano seguinte. Fez uma tradução magistral, em 1800, do "Wallenstein", de Schiller.
 

Depressão e ópio

Nos anos que se seguiram Coleridge entregou-se a uma profunda depressão, de origem tanto fisiológica quanto psicológica, deixando inúmeros projetos inacabados. Seu trabalho mais importante nessa época foram as conferências que pronunciou sobre Shakespeare e outros poetas.

A partir de 1803 Coleridge criou uma forte dependência do ópio, que já lhe inspirara o "Kubla Khan". Em 1817 publicou "Páginas sibilinas" e a "Biografia literária". Pronunciou suas últimas conferências em 1818. Passou o resto da vida em passividade total.

A poesia de Coleridge vai da retórica revolucionária à musicalidade etérea O poema narrativo "O velho marinheiro" é uma obra-prima que desperta as emoções do leitor, traçando um paralelo entre os estados interiores do marinheiro e as forças da natureza.

O pequeno poema "Kubla Khan" é uma visão mágica de um Oriente fabuloso, mas restou inacabado. Influenciado ora pela filosofia alemã, ora pela tradição poética inglesa, Coleridge cria uma poesia muito pessoal, já nitidamente simbolista.
 

Crítica literária

Coleridge foi o primeiro na Inglaterra a fazer crítica literária baseada numa filosofia, mais precisamente no idealismo alemão e elementos do platonismo inglês. Sua "Biografia literária" é uma das maiores obras de crítica literária inglesa. Distingue entre a imaginação criadora e a fantasia, que é, por definição, arbitrária e ilusória. Fala da necessidade da suspension of disbelief (suspensão da descrença) diante de obras que exprimem crenças e filosofias alheias às nossas. Define a poesia como ambigüidade, resultado de uma tensão interna entre impulsos opostos.

Coleridge vê o poema como um processo dinâmico contínuo. A sua crítica visava à análise dos elementos que compõem a obra, e não o estabelecimento de regras. Recomendava atenção ao significado da palavra na página. A "Biografia literária" serviu de inspiração ao movimento do New Criticism um século mais tarde.

Em suas conferências sobre Shakespeare, Milton e os poetas elisabetanos, Coleridge criou a categoria estética da "estrutura", mostrando como a obra independe da realidade, sendo que o conjunto explica as partes e vice-versa.
 

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