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São Boaventura Teólogo italiano

1218, Bagnoregio, Toscana (Itália)

15 de julho de 1274, Lyon (França)

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

13/10/2009 23h44

Boaventura foi educado em Paris, onde alcançou o grau de mestre em artes e o doutorado em teologia. Ingressou na ordem franciscana por volta de 1243, quando era ainda estudante, e foi eleito ministro geral da ordem em 1257.

Feito cardeal e bispo de Albano pelo papa Gregório 10º em 1274, Boaventura ajudou a organizar o Segundo Concílio Ecumênico de Lion, no decurso do qual faleceu.

Boaventura escreveu e pregou extensivamente a respeito das relações entre filosofia e teologia, o papel da razão na vida espiritual e religiosa, e até que ponto o conhecimento de Deus pode ser obtido pelos homens.

Embora a perspectiva filosófica de Boaventura seja agostiniana, ele também recebeu a influências aristotélicas. Assim, enquanto apoiava as ideias aristotélicas de que o conhecimento do mundo exterior está baseado nos sentidos, e a mente vem á existência como uma tabula rasa, ele também afirma que a iluminação divina é necessária para explicar tanto a aquisição dos conceitos universais a partir das imagens dos sentidos, como a certeza do julgamento intelectual.

Em metafísica, Boaventura defende o exemplarismo, doutrina segundo a qual toda a criação modela-se de acordo com as causas exemplares ou ideias existentes na mente de Deus. Ele afirma que é através dessas ideias que Deus conhece todas as criaturas.
 

Três vias

Em seus escritos místicos, Boaventura expõe um itinerário espiritual de sete graus, no qual nossa mente se move a partir de uma consideração inicial das pegadas de Deus nas perfeições das criaturas irracionais, até um estado final de repouso tranquilo, no qual as nossas afeições são "transferidas para Deus e transformadas em Deus".

As "três vias" de são Boaventura são fundamentais para compreender seus escritos sobre a vida espiritual: a via purgativa, inspirada pela consciência, que expulsa o pecado; a via iluminativa, inspirada pelo intelecto, que imita Cristo; e a via unitiva, inspirada pela sabedoria, que nos une a Deus pelo amor.

Boaventura foi canonizado em 1482 e declarado doutor da Igreja em 1587.
 

Dicionário de Filosofia de Cambridge