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Silvio Berlusconi Magnata e político italiano

29/09/1936

Milão, Itália

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

31/07/2005 11h40

Silvio Berlusconi já foi apontado como o 15° homem mais rico do mundo, e talvez o homem mais rico da Itália, com uma fortuna pessoal estimada entre de US$ 14 e 20 bilhões. A habilidade para os negócios vem de criança, quando o pequeno Berlusconi vendia apontamentos escolares para os companheiros de aula, segundo registra o folclore político italiano.

Filho de um bancário e de uma secretária - numa Itália que se reconstruía, após a Segunda Guerra -, trabalhou muito e usou de bastante criatividade até se tornar um magnata. Foi corretor de imóveis e, aos 18 anos, chegou a atuar como animador e cantor em cruzeiros pelo Mediterrâneo.

Enquanto estudava direito, com seus próprios recursos, na Universidade de Milão, entrou no negócio de empresas de construção, fundando a Cantieri Riuniti Milanese, em 1961, e a Edilnord di Silvio Berlusconi & Co., em 1963. Aos 23 anos, à frente de uma equipe de jovens arquitetos, edificou dois grandes conjuntos residenciais nos arredores de Milão.

Em meados dos anos 1970, seu interesse pelos meios de comunicação foi despertado. Comprou seu primeiro canal de televisão em 1974. Em pouco tempo, expandiu o seu domínio no setor, multiplicando suas emissoras através de uma rede de televisões locais, reunidas na empresa Mediaset. A programação era centrada em concursos e programas de entretenimento, semelhante à do brasileiro Sílvio Santos.

Em 1985, o governo francês lhe concedeu a primeira rede privada daquele país, La Cinq, e adquiriu ações da Chain e Cinema 5. Um ano depois comprou os Estúdios Roma e o clube de futebol A. C. Milan, do qual tornou-se presidente. Em 1988 comprou a maior cadeia de grandes armazéns da Itália, La Standa.

Em 26 de janeiro de 1990 obteve a presidência do grupo Mondadori, editor do diário "La Repubblica" e dos semanários "L'espresso", "Época" e "Panorama". No final da década, Berlusconi incorporou a seu patrimônio a cadeia de vídeos Blockbuster, portais de acesso à internet e uma participação na Olivetti.

O conglomerado Fininvest, que criou em 1975, cumpriu a função de integrar suas múltiplas propriedades e participações na TV, imprensa, edições, publicidade, seguros e serviços financeiros, convertendo-se na terceira empresa privada do país.

Para entrar na política, o magnata da comunicação fundou o partido Forza Itália (FI), em dezembro de 1993 e, no ano seguinte, passou a atuar com uma proposta de defesa aos valores tradicionais e à liberdade pessoal, de luta contra a corrupção e redução do déficit público. Seu discurso empolgou o pequeno e médio empresariado e os profissionais liberais.

Rapidamente esboçou uma aliança com as forças de direita, desde neofacistas do MSI, separatistas da Liga Norte e partidos cristãos. A mensagem de Berlusconi, conhecido entre os italianos como "il Cavaliere"(o cavaleiro), com elevada carga demagógica e imediatista, conquistou o eleitorado. Com o apoio decisivo da televisão, ele ganhou as eleições de 1994.

Mas a aplicação do programa econômico de Berlusconi fracassou, ao mesmo tempo que começou a ser acusado de realizar negócios irregulares. Com a saída do governo da Liga Norte, Berlusconi demitiu-se após sete meses no cargo de primeiro-ministro (sucedeu-lhe Lamberto Dini, até 1996). A derrota eleitoral sofrida pela coligação de partidos de direita, porém, levou-o a liderar a oposição.

Em 1996, Berlusconi candidatou-se outra vez ao Governo, mas perdeu para a recém-criada coligação de centro-esquerda, liderada então por Romano Prodi. Nos últimos dez anos Berlusconi, já foi acusado de lavagem de dinheiro, evasão fiscal, participação em homicídio e corrupção. Foi condenado duas vezes: na primeira, por financiamento ilegal de partidos e, na segunda, por corrupção de inspetores fiscais. Nos dois casos, foi absolvido pelo tribunal de recursos.Em outros quatro processos foi absolvido por prescrição do crime.

Novamente primeiro-ministro da Itália em 2001, Silvio Berlusconi gerou grande polêmica ao apoiar a guerra dos EUA contra o Iraque em 2003. Em abril de 2005, anunciou a renúncia ao cargo, dissolvendo o gabinete e deixando ao presidente da República, Carlo Azeglio Ciampi, a tarefa de iniciar as consultas para a formação de um novo governo. Em seu discurso, Berlusconi expressou sua intenção de retomar a coalizão para chegar até o fim da legislatura, em maio de 2006, como de fato aconteceu.

Nas eleições seguintes, foi derrotado por Romano Prodi, mas na legislatura seguinte, iniciada em 2008, elegeu-se novamente, exercendo o cargo de primeiro-ministro pela quarta vez.