Tarsila do Amaral Pintora brasileira
1-9-1886, Capivari (SP)
17-/1-1973, São Paulo (SP)
Abaporu. Com essa célebre tela, Tarsila do Amaral deu impulso ao Movimento Antropofágico e propiciou o momento mais criativo e original do modernismo brasileiro no âmbito das artes plásticas. Dado de presente de aniversário a Oswald de Andrade, o artista, entusiasmado com a originalidade da obra, entrou em contato com Raul Bopp e tratou de organizar um movimento em torno dele. Primeiro procurou no vocabulário tupi-guarani o nome que daria à inusitada obra: Aba (homem) e poru (que come) ou antropófago. Mesmo tornando-se figura marcante no movimento modernista, Tarsila não participou da Semana de Arte Moderna. Nessa época, estava em Paris estudando na Académie Julien. Entrou em contato com o grupo modernista só quando retornou a São Paulo, no final de 1922, formando, com Anita Malfatti, Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Menotti del Picchia, o Grupo dos Cinco. Novamente em Paris (1923), conheceu Léger e Cendrars, entre outros artistas vanguardistas. De volta ao Brasil em 1924, percorreu as cidades históricas mineiras com o poeta francês Blaise Cendrars, Oswald de Andrade e Mário de Andrade numa viagem de descoberta do Brasil. Sua obra pode ser dividida em três fases. Na primeira, denominada Pau-Brasil, Tarsila, influenciada pela construção geométrica de Léger, integra à sua pintura temas brasileiros e as cores caipiras das cidades barrocas mineiras, dos subúrbios das grandes cidades e do universo rural. Alguns dos quadros dessa fase: A Negra (1923), Rio de Janeiro (1923), São Paulo (1924), O Mamoeiro (1925), O Vendedor de Frutas (1925) e Palmeiras (1925) . Com o Abaporu (1928), iniciou a segunda fase, a Antropofágica. Rompendo sua relação tranqüila com o mundo real e usando cores telúricas, uniu o onírico e o fantástico a temas primitivistas e nativistas, que se deformam e se confundem com o sonho. Outras obras da fase: O Ovo (1928), O Lago (1928), Boi na Floresta (1928), O Sono (1928) e Antropofagia (1929 . O terceiro momento, o Social, é iniciado com o quadro Operários (1933), após viagem à União Soviética. Tarsila participou de coletivas no exterior e das primeiras Bienais de São Paulo (1951 e 1953), merecendo uma sala especial em 1963. Em 1964, apresentou-se na 32ª Bienal de Veneza.