Teófilo Braga Escritor e político português
24-2-1843, Ponta Delgada
28-1-1924, Lisboa
Estudante universitário em Coimbra desde 1861, participou na Questão Coimbrã e em 1868 doutorou-se em Direito com a tese História do Direito Português. I. Os Forais. Foi preterido nos concursos para professor, tanto em Coimbra como para a Politécnica do Porto. De 1872 a 1910, regeu a cadeira de Literaturas Modernas no Curso Superior de Letras, em Lisboa. Militante no Partido Republicano, de tendência socialista e anticlerical, após a queda da Monarquia, em 1910, presidiu o governo provisório e em 1915 foi presidente da República. No campo das letras, começou pela poesia, que continuou a cultivar quase até o fim da vida. Alcançou maior projeção, porém, sua atividade no domínio da história literária: o apriorismo positivista (foi um dos principais apóstolos do positivismo em Portugal), a deficiente preparação científica e o partidarismo obsessivo aconselham que se manuseie com reservas sua obra, que, no entanto, constitui uma enciclopédia da história da cultura portuguesa e apresenta pontos de pesquisas ainda hoje de muito interesse. Como poeta, publicou Visão dos Tempos (1864), Tempestades Sonoras (1864), Torrentes (1869) e Miragens Seculares (1884). Folclorista, escreveu Contos Tradicionais do Povo Português (1883), O Povo Português nos Seus Costumes, Crenças e Tradições (1885), em dois volumes, e História da Poesia Popular Portuguesa (1902-1905), também em dois volumes. Pensador positivista, escreveu Traços Gerais da Filosofia Positivista (1877) e Sistema de Sociologia (1884). Devotado à história da cultura portuguesa, entre os estudos que redigiu merecem destaque a História do Teatro Português (1870-1871), em três volumes, e História da Universidade de Coimbra (1892-1902), em quatro volumes. Foi autor de uma História das Idéias Republicanas em Portugal (1880).