Topo

Tomás Antônio Gonzaga Poeta árcade luso-brasileiro

11/8/1744, Porto, Portugal

1810, Moçambique, África

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação<br>Atualizado em 26/06/2014, às 17h56

10/08/2005 09h21

O poeta Tomás Antônio Gonzaga, patrono da cadeira no 37 da Academia Brasileira de Letras, nasceu na cidade do Porto, em Portugal. Era filho do brasileiro dr. João Bernardo Gonzaga e de dona Tomásia Isabel Clark.

Passou parte da infância no Recife e na Bahia, onde o pai servia na magistratura e, adolescente, retornou a Portugal para completar os estudos, matriculando-se na Universidade de Coimbra, onde concluiu o curso de direito aos 24 anos.

Depois de formado, exerceu alguns cargos de natureza jurídica e candidatou-se a uma cadeira na Universidade de Coimbra, apresentando a tese "Tratado de Direito Natural".

Em 1778, foi nomeado juiz-de-fora na cidade de Beja, com exercício até 1781. No ano seguinte, no Brasil, foi indicado para ocupar o cargo de Ouvidor Geral na comarca de Vila Rica (atual Ouro Preto), em Minas Gerais.

Nessa época, o poeta, aos 40 anos, dedicava poesias a Maria Doroteia Joaquina de Seixas, de apenas 17 anos, que iriam fazer parte do livro "Marília de Dirceu". A família da moça, muito tradicional, opunha-se ao romance, mas aos poucos a resistência foi cedendo.

Em 1789, Tomás Antônio Gonzaga foi acusado de participação na Inconfidência Mineira. Detido, foi enviado para a Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro, partindo depois para Moçambique, onde se casou com Juliana de Sousa Mascarenhas, filha de um rico comerciante de escravos, e teve um casal de filhos. Faleceu no exílio em dia desconhecido, no mês de fevereiro de 1810.

Tomás Antônio Gonzaga, cujo nome arcádico é Dirceu, escreveu poesias líricas, típicas do arcadismo, com temas pastoris e de galanteio, dirigidas à sua amada, a pastora Marília.

As "liras" refletem a trajetória do poeta. Antes da prisão, apresentam a ventura do amor e a satisfação com o momento presente. Depois, trazem o infortúnio, a justiça e o destino.

As "Cartas Chilenas" correspondem a uma coleção de doze cartas, poemas satíricos que circularam em Vila Rica poucos antes da Inconfidência Mineira. Assinadas por Critilo (leia-se Gonzaga), habitante de Santiago do Chile (leia-se Vila Rica) e endereçadas a Doroteu (leia-se Cláudio Manuel da Costa), residente em Madri. Critilo narra os desmandos do governador chileno, o Fanfarrão Minésio (leia-se, Luís da Cunha Meneses).

Por muito tempo, discutiu-se a autoria das "Cartas Chilenas", mas após estudos comparativos da obra com possíveis autores, concluiu-se que o verdadeiro autor é Gonzaga.