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Torquato Tasso Poeta italiano

11 de março de 1544, Sorrento (Itália)

25 de abril de 1595, Roma (Itália)

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

29/12/2007 13h06

Tasso nasceu em Sorrento a 11 de março de 1544 e morreu em Roma, no convento de Sant'Onofrio, a 25 de abril de 1595. Filho do poeta Bernardo Tasso, realizou sua formação humanística em Nápoles, Roma, Veneza, Bolonha e Pádua, onde concluiu os estudos de direito, filosofia e retórica e conheceu o filósofo Sperone, que muito o influenciaria.

Em fins de 1565 entrou para o serviço do cardeal Luigi d'Este, em Ferrara, onde residiu, com alguns intervalos, por cerca de vinte anos. Em 1571 passou ao serviço do irmão do cardeal, Alfonso II, que muito o protegeu na corte de Ferrara, proporcionando-lhe um dos períodos mais tranqüilos de sua agitada existência.

Entre 1575 e 1576, Tasso esteve envolvido com a censura inquisitorial, o que, provavelmente, lançou as raízes do desequilíbrio mental a que depois viria a sucumbir. Esse desequilíbrio, agravado por frustrações eróticas e escrúpulos religiosos, provocou o delírio persecutório que determinou, em 1580, após severa crise, o seu internamento em um mosteiro de Ferrara, ficando-lhe proibidas quaisquer visitas.

Assim viveu o poeta, com períodos alternados de lucidez e alucinação, até ser liberado por Afonso II d'Este em 1586. Pouco depois, entretanto, já em Roma e sob a proteção papal, o estado de saúde de Tasso iria agravar-se de forma crítica, e o poeta mergulhou na loucura absoluta, à qual pouco sobreviveu.
 

O último grande clássico

Em sua primeira obra, o poema "Rinaldo" (1562), Tasso procura dar unidade estilística ao material confuso da literatura de cavalaria através da centralização da narrativa em um único herói e da ênfase sobre os aspectos solenes da ação épica. Ainda que obra imatura, o "Rinaldo" é importante para a compreensão da gênese e do desenvolvimento ulterior das epopéias de Tasso.

Escrita em 1573, a comédia pastoril "Aminta" é superior a "Rinaldo". Com seu sensualismo renascentista e sua atmosfera idílica, "Aminta" é uma das obras-primas do gênero. Nessa obra, Tasso é, sobretudo, um poeta da melancolia, da nostalgia do idílio perdido, dos instintos recalcados pela austeridade moral da Contra-Reforma.

Com "Jerusalém Libertada" (1581), Tasso ascende à categoria de um dos mais célebres poetas de toda a literatura universal, o "último grande clássico", cujo triste destino foi lamentado por Goethe na tragédia "Torquato Tasso" e por lorde Byron no poema "O lamento de Tasso".

Comparado a Homero, Virgílio e Dante, Tasso foi, também, o último grande poeta italiano a exercer influência sobre a Europa inteira. A musicalidade do verso e o sensualismo das descrições são admiráveis. Mas a crítica moderna também aponta certos convencionalismos e a grandiloqüência, características essas, aliás, inerentes à estrutura da grande epopéia heróica e sacra do século 17, que paga tributo à "Jerusalém libertada".

Ainda que cultor de um gênero virtualmente extinto na atualidade, Tasso sobrevive porque o substrato poético de sua obra é, em essência, de natureza lírico-musical, o que vale dizer: antiépico. Muitos episódios de sua obra são momentos de intenso e comovente lirismo.

Tasso deixou várias outras obras, entre elas, uma segunda coletânea de "Rimas" e a comédia "Intrigas de amor", de autoria controversa. Tais obras, como as anteriores, revelam sobretudo o alto lirismo e a melancolia noturna do autor. A nostalgia romântica e as implicações teológicas da poesia de Tasso correspondem, a rigor, à agonia do universo de beleza criado pelo sensualismo dionisíaco do Renascimento, já então corroído pela reação contra-reformista.
 

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