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Tucídides Historiador e general grego

460 a.C., Atenas (Grécia)

400 a.C., Atenas (Grécia)

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

04/07/2008 10h40

Como um dos dez generais de Atenas, Tucídides foi mandado, em 424 a.C., à costa da Trácia para agir contra Brasidas (general espartano que lutou na Guerra do Peloponeso). Tendo falhado na missão, foi condenado a trinta anos de exílio. Provavelmente, os atenienses o chamaram de volta em 404 a.C.

Esse general-historiador escreveu uma história da Guerra do Peloponeso, uma das mais importantes obras históricas de todos os tempos, notável por seu estilo conciso, direto e nítido, por sua imparcialidade e seu método científico, pelo senso que o autor demonstra de percepção da conexão causal entre os eventos, e por seu raciocínio penetrante a respeito de questões políticas.

Tucídides refere-se ao seu próprio trabalho como "um patrimônio sempre útil e não uma composição para ser ouvida apenas no momento da competição por algum prêmio". Quintiliano (pedagogo e professor de retórica romano) diz que a História da Guerra do Peloponeso é "densa em sua contextura, enérgica, sempre ansiosa para ir adiante".
 

A guerra: uma mestra severa

Em seu livro, Tucídides apresenta os argumentos a favor e contra uma determinada atitude, sob a forma de discursos representando a essência das palavras pronunciadas pelos protagonistas dos eventos. E esse talvez seja o maior mérito da obra, pois ela estabelece um método científico de trabalho para o historiador: o da busca constante da imparcialidade.

Segundo alguns pesquisadores, essa habilidade, de dar voz a todos os atores de um determinado evento histórico, teria sido adquirida durante o exílio, quando Tucídides teve a oportunidade de apreciar os pontos de vista de cada um dos antagonistas que lutaram na guerra.

O livro traz uma ampla introdução, na qual trata das origens da raça helênica. A História, contudo, permaneceu incompleta, detendo-se abruptamente nos eventos do ano 411 a.C.

Entre as passagens mais notáveis, está a Oração Fúnebre, de Péricles, em homenagem aos atenienses mortos no primeiro ano da guerra, onde aparece uma das mais belas exortações à coragem: "a liberdade é a felicidade - e a coragem é a liberdade". Há também outros trechos memoráveis: o relato da peste em Atenas, o Diálogo Mélio e a expedição à Sicília.

Para Tucídides, "a guerra é uma severa mestra. Privando a maioria das pessoas da capacidade de satisfazer com facilidade suas necessidades diárias, faz seus espíritos descerem ao nível das circunstâncias reais".

De acordo com a tradição, Tucídides foi assassinado.
 

Dicionário Oxford de Literatura Clássica (grega e latina), Jorge Zahar Editor