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Valdomiro Silveira Escritor brasileiro

11 de novembro de 1873, Cachoeira Paulista, SP (Brasil)

3 de abril de 1941, Santos, SP (Brasil)

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

23/09/2009 22h24

Valdomiro Silveira passou a infância e a adolescência em Casa Branca, Estado de São Paulo, onde seu pai atuava como promotor público. Era o segundo dos oito filhos de João Batista da Silveira e Cristina da Silveira. Formou-se em Direito, na Faculdade de Direito de São Paulo, onde, aliás, seu pai também estudara.

Depois de concluir a faculdade em 1895, Valdomiro segue a carreira paterna e muda-se para Santa Cruz do Rio Pardo (SP), onde assume o cargo de promotor público. Em 1905, muda-se para Santos, onde se dedica à advocacia, ao jornalismo e à ficção.
 

Obra regionalista

Durante suas viagens pelo interior paulista, Valdomiro Silveira procurava a convivência dos caboclos, observando-lhes os costumes e a linguagem.

Ao mesmo tempo, segundo o pesquisador Alexandre Oliveira Barbosa - em sua dissertação de mestrado, Edição anotada de Mucufos, coletânea de contos inédita de Valdomiro Silveira (FFLCH-USP) -, Valdomiro estudava os clássicos portugueses, anotando trechos de Alexandre Herculano, Filinto Elísio, António Feliciano de Castilho, Camilo Castelo Branco e Ramalho Ortigão.

Quando ainda em Casa Branca, fez estudos de Ornitologia e Botânica, e escreveu seus primeiros contos regionais, a partir de 1894. Em Rio Pardo, deu forma definitiva às primeiras narrativas. Sua obra foi quase toda publicada em jornais e revistas, principalmente em A Semana, A Bruxa, Revista do Brasil, Gazeta de Notícias, O País e O Estado de S. Paulo.

Na obra de Valdomiro Silveira podemos constatar três fases. Segundo Lucrécia D'Alessio Ferrara, "na primeira, cedendo à curiosidade e à simpatia que lhe despertava o sertanejo, é levado a fixar motivos folclóricos característicos da região paulista, ou ainda, a surpreendê-lo nos momentos de plena integração com o ambiente, em cenas bucólicas ou anedóticas que pressupõem uma visão sentimental da região.

Na segunda fase, de análise e amadurecimento, os contos apresentam maior consistência dramática porque passam a ser tratados os problemas típicos da região, surgidos do binômio homem-Natureza. Na fase derradeira, os dramas alcançam o universal, vale dizer, o ápice do regionalismo, verificando-se síntese do regional e do universal".

Valdomiro Silveira também foi deputado e secretário de Educação e Justiça do Estado de São Paulo. Deixou os livros de contos Os cablocos (1920), Nas serras e nas furnas (1931), Mixuangos (1937), Leréias (1945, póstumo) e várias narrativas ainda inéditas. O arquivo do escritor encontra-se no Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da Universidade de São Paulo.
 

Pequeno Dicionário de Literatura Brasileira; Enciclopédia Mirador Internacional